O deputado federal e pastor Henrique Vieira ficou estarrecido com o assassinato de Laudemir, gari morto por um empresário após uma discussão banal no trânsito. Segundo relatos, o crime ocorreu quando o caminhão de coleta impediu a passagem do carro do empresário, que iniciou uma discussão com a motorista. Diante da tensão, outros garis intervieram para proteger a colega, mas o agressor sacou uma arma e disparou, tirando a vida de Laudemir. O mais chocante, segundo Vieira, foi a frieza do assassino, que após o crime seguiu para uma academia de luxo, demonstrando completa indiferença à vida.
Henrique Vieira classificou o episódio como um retrato cruel do Brasil elitista e desigual, onde vidas são tratadas como se tivessem valores diferentes e a violência é glorificada como solução de conflitos. Para o deputado, o caso escancara o culto às armas e a banalização da morte, sintomas de um projeto de poder que propaga ódio, discrimina minorias e reduz o espaço do diálogo. “Vidas que valem mais, vidas que valem menos, e o culto à violência tomando conta do cotidiano”, disse.
O parlamentar fez questão de ressaltar a contradição do perfil do assassino, que se apresenta nas redes como “defensor da família e dos cristãos”. Vieira questionou: “Que cristianismo é esse que mata, ri da morte e ainda se orgulha disso?”. Ele afirmou que esse tipo de discurso religioso distorcido é usado para justificar ataques a mulheres, indígenas, LGBTs e terreiros, promovendo uma agenda de violência e intolerância.
Henrique Vieira concluiu dizendo que casos como esse não são isolados, mas parte de um fenômeno perigoso no Brasil: um “cristianismo com sangue nas mãos”, que prega armas e ódio mais do que amor e paz. “Esse cristianismo mataria Jesus hoje”, disparou o deputado, defendendo que o país precisa reagir a essa cultura de morte travestida de fé.