O caos tomou conta de Primavera do Leste (93 mil habitantes) após mais um assalto a comércio na madrugada. O comerciante vítima do crime ligou para a polícia e descobriu a realidade estarrecedora: não havia efetivo para atender. Apenas duas viaturas circulavam pela cidade inteira, e a orientação recebida foi que o boletim de ocorrência fosse feito “no dia seguinte”. Essa cena retrata o colapso da segurança pública em Mato Grosso, onde cidades grandes, sem efetivo policial suficiente, estão se tornando verdadeiros playgrounds para o crime organizado.
Enquanto a população vive acuada e desamparada, Mendes insiste em não convocar os aprovados no concurso da Polícia Militar. A justificativa é sempre econômica, mas contraditória: para ele, há dinheiro para manter 80 policiais militares exclusivamente a serviço de sua segurança pessoal e da família, mas não há para reforçar o policiamento de cidades inteiras. Para piorar, a PM que já clama por mais efetivo ainda é usada como cenário para ensaios fotográficos da primeira-dama, que mobiliza viaturas e policiais em atividades de propaganda para suas redes sociais — cada “like” dela custa a ausência de policiais nas ruas.
O resultado é claro: perdemos a guerra para o crime organizado. Mato Grosso assiste ao encolhimento do Estado diante da violência e ao avanço da criminalidade em plena luz do dia. PVA do Leste é hoje símbolo do abandono — comerciantes reféns, moradores inseguros e policiais sem condições mínimas de trabalho. O governador precisa escolher: continuar protegido por seus 80 homens e alimentando as curtidas da primeira-dama ou finalmente proteger os 3 milhões de mato-grossenses que governar deveria ser sua primeira obrigação.
