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“60 caminhões retidos e carga suspeita: será que essa soja saiu da Fênix, em Alto Araguaia?”

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Uma carga de 2.700 toneladas de farelo de soja, transportada em 60 caminhões e avaliada em cerca de R$ 6 milhões, foi barrada no Porto de Paranaguá (PR) após fiscalização do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). A inspeção apontou a presença de areia acima do limite permitido, levando à reprovação do produto para exportação. A carga, que saiu de Alto Araguaia (MT), foi retirada do porto e enviada para descarte no aterro sanitário do Complexo Industrial Eco Tecnológico (CIETec), em Paranaguá.

A empresa responsável pelo farelo, Queiroz Agro, contesta a decisão e nega qualquer adulteração no produto. Em nota, afirmou que segue os padrões técnicos da ANEC 71 e que a tolerância para areia e sílica varia entre 0,5% e 1,5%, dependendo do contrato de exportação. A empresa também destacou que todos os caminhões envolvidos na operação possuem rastreamento, o que, segundo ela, impediria qualquer alteração da carga durante o transporte.

A origem do farelo reprovado levanta questionamentos sobre sua procedência. Alto Araguaia, onde a Queiroz Agro tem atuação direta, também abriga a sede da Fênix Complexo Industrial S.A., presidida por Osmar Queiroz. Além disso, a Queiroz Agro integra a diretoria da empresa, que opera na área de processamento de soja e produção de biodiesel, setor no qual a Fênix Biodiesel, ligada ao ex-senador Cidinho Santos, também atua. A suspeita de contaminação gera dúvidas sobre a cadeia produtiva e o controle de qualidade na origem do produto.

Enquanto o impasse se arrasta, os caminhoneiros sofrem com prejuízos, já que os veículos permaneceram parados por até 11 dias no pátio do porto, sem previsão de liberação. Segundo o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Londrina e Região (Sindicam – LDA), algumas transportadoras fecharam acordos para cobrir as diárias, mas outras alegam que aguardam autorização dos clientes. Cada caminhão transportava, em média, 45 toneladas de farelo de soja, com valores estimados em R$ 100 mil por carga.

O episódio expõe falhas nos processos de verificação ao longo da cadeia de produção e exportação de farelo de soja. A administração do Porto de Paranaguá reforçou que a fiscalização tem sido rigorosa desde 2024, e laudos técnicos são emitidos pela Associação de Terminais de Exportação do Porto de Paranaguá (ATEXP). A suspeita de fraude afeta a reputação do Brasil no mercado internacional, e o caso pode levar a uma ampliação das auditorias sobre a origem e qualidade da soja embarcada para exportação.

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