71% das mulheres do país dizem já ter vivido alguma situação de violência ao se deslocar, de acordo com um levantamento dos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber.
Das entrevistadas,
- 44% dizem ter recebido olhares insistentes ou cantadas inconvenientes;
- 26%, sofrido assalto, furto ou sequestro relâmpago;
- 17%, importunação sexual (praticar um ato libidinoso contra alguém sem consentimento dessa pessoa);
- 16%, preconceito ou discriminação por alguma característica, exceto raça;
- 10%, racismo;
- 6%, agressão física;
- e 3%, estupro.
73% das entrevistadas disseram que sofreram violência durante deslocamentos a pé, 45% em ônibus, 13% em carro particular, 10% no metrô e 10% em carro de aplicativo.
A pesquisa mostra que, após a violência sofrida, 74% das vítimas nunca reagiram, e que 73% mudaram hábitos.
O levantamento diz ainda que quase todas as entrevistadas relatam adotar estratégias para se proteger. As mais comuns são evitar passar por locais escuros (mencionada por 97% das entrevistadas), escolher o lugar que vai sentar no transporte coletivo (90%) e evitar sair à noite (89%) ou usar certas roupas ou acessórios (87%).
Para as entrevistadas, a sensação de insegurança está ligada à ausência de políticas públicas que poderiam promover um deslocamento mais seguro. Para elas, os fatores que contribuem para a insegurança são:
- Ausência de policiamento (56%);
- Falta de iluminação pública (52%);
- Ruas desertas e vazias (50%);
- Espaços públicos abandonados (44%).
80% das mulheres dizem ter “muito medo” ao se deslocar
A pesquisa revelou ainda que 97% das mulheres se deslocam com medo de que algo aconteça, sendo que 80% declaram sentir “muito medo”.
Entre os principais temores, estão assalto/furto/sequestro relâmpago (66%), estupro (66%), importunação sexual (59%), agressão física (53%), receber olhares insistentes e cantadas inconvenientes (36%), sofrer preconceito ou discriminação (32%), sofrer racismo (34%).
? Os institutos ouviram de forma online 4.001 mulheres de 18 anos ou mais de todo o país que saem de casa 1 vez por semana. O levantamento foi feito entre 21 de junho e 11 de julho. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos
Fonte G1 Brasília