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A denúncia de um crime dentro da maior Terra Indígena do Brasil movimentou redes sociais, agentes de investigação e o poder Judiciário. Na comunidade Aracaçá, onde vivem cerca de 30 pessoas, uma menina de 12 anos teria sido estuprada e um menino de 3 anos, desaparecido por ação de garimpeiros ? depois que o caso se tornou público, os indígenas estão desencontrados. Os riscos impostos à etnia ?não são de hoje?, destaca Mauricio Ye?kwana, mas cresceu expressivamente desde o início da pandemia: ?São muito mais pessoas, mais barcos, mais aeronaves. E com esse aumento, crescem a violência e as doenças?. No episódio 700 do Assunto, o diretor da Hutukara Associação Yanomami relata à Julia Duailibi a escalada do garimpo e da criminalidade, cujo modus operandi envolve presença de facções criminosas altamente armadas, aliciamento de jovens com bebida e drogas e abuso sexual de menores. ?O garimpo não tem lei?, resume Mauricio. Estima-se que atualmente a terra demarcada dos ianomâmi esteja invadida por 20 mil garimpeiros, que se multiplicam diante da ?ausência total do Estado?, cuja responsabilidade constitucional é proteger o território e os povos tradicionais. Abandonados à própria sorte devido à inação da Funai e dos órgãos de fiscalização, os ianomâmi convivem com os impactos sociais e ambientais do garimpo. ?Não consigo mais tomar banho onde eu tomava, beber água onde eu bebia, não consigo mais pescar porque os peixes morreram. Pra onde que eu vou??
O que você precisa saber:
O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Isabel Seta, Tiago Aguiar, Fabiana Novello, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski, Gustavo Honório e Eto Osclighter. Apresentação: Julia Duailibi.
Fonte G1 Brasília