O governo federal está ajustando o planejamento e integração das forças de segurança que estão em Roraima para reagir ao ataque a tiros na Terra Indígena Yanomami, que deixou um homem morto e dois feridos (veja detalhes abaixo), no sábado (29).
A informação é do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho. Segundo o gestor, o objetivo é organizar as forças para seguir no enfrentamento aos garimpeiros ilegais que participaram do ato criminoso.
Agostinho afirma que a ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é agilizar a retirada dos criminosos da terra indígena. Nesta segunda-feira (1º), quatro garimpeiros morreram durante uma troca de tiros com agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama.
“Estamos elaborando uma atualização do nosso planejamento envolvendo Força Nacional, PF, PRF e Defesa. A ordem do presidente Lula é agilizar a retirada dos garimpeiros. Teremos uma reunião de trabalho hoje em Boa Vista e depois uma entrevista”, disse Agostinho.
O presidente do Ibama integra a comitiva que viajou hoje à região. Além dele, também foram ao local as ministras dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; do Meio Ambiente, Marina Silva; e da Saúde, Nísia Trindade.
Ataque a tiros
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O ataque ocorreu na comunidade Uxiu, que fica na terra Yanomami, na tarde de sábado (29). O Ministério dos Povos Indígenas afirma que garimpeiros foram os responsáveis pelo ato criminoso.
Um indígena de 36 anos, identificado como Ilson Xiriana, morreu enquanto era atendido em uma unidade de saúde.
Outros dois indígenas, de 24 e 31 anos, foram atingidos no abdômen. Segundo o governo de Roraima, eles passaram por cirurgia, possuem estado estável, e seguem internados.
Investigação
No domingo (30), a Polícia Federal enviou agentes para investigarem o ataque. O grupo chegou ao local do conflito com apoio da Força Aérea Brasileira e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Segundo a PF, o intuito é “investigar o ocorrido e interromper eventuais agressões que ainda estivessem em andamento.”
Durante as diligências, de acordo com a corporação, foram apurados indícios dos crimes cometidos contra os indígenas, testemunhas foram ouvidas, e foi feita a perícia no local de crime. Agora, a PF aguarda a elaboração dos respectivos laudos e relatórios para prosseguimento das investigações.
Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami é alvo frequente de garimpeiros que exploram a floresta amazônica, causam conflitos armados e são os responsáveis pela grave crise humanitária que assola o território. Atualmente, o governo federal atua para levar saúde aos dezenas de indígenas doentes e também com ações de repressão que buscar tirar os garimpeiros da região.
Fonte G1 Brasília