A presença de Lula no G7 marca o retorno do Brasil, após 14 anos, à reunião do grupo que reúne as sete economias mais industrializadas do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
É praxe que outros países sejam convidados. Nesta edição, foram oito nações convidadas (Índia, Indonésia, Austrália, Ilhas Cook, Comores, Coreia do Sul, Vietnã e Brasil).
A última participação de um presidente do Brasil no G7 foi em 2009, com o próprio Lula. O petista pretende abordar temas como combate à fome, preservação ambiental e guerra na Ucrânia. Um dos documentos que deve sair após a cúpula tratará dos impactos de guerra na segurança alimentar.
Lula tenta desde o início do terceiro mandato, em janeiro, colocar-se como um possível mediador de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Declarações do presidente, contudo, geraram críticas dos Estados Unidos por considerá-las pró-Rússia.
Lula passou a criticar de forma mais enfática a invasão russa do território ucraniano, enquanto se opõe ao fornecimento de armas pelos EUA e União Europeia à Ucrânia.
Sessões de trabalho
A agenda de Lula durante a cúpula do G7 prevê três reuniões com os presidentes e primeiros-ministros dos demais países presentes:
- Primeira sessão de trabalho: trabalhando Juntos para enfrentar múltiplas crises;
- Segunda sessão de trabalho: esforços conjuntos para um planeta resiliente e sustentável;
- Terceira sessão de trabalho: rumo a um mundo pacífico, estável e próspero.
Lula e os demais líderes devem fazer uma visita ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima, dedicado às cerca de 166 mil pessoas que, segundo estimativas oficiais, morreram quando a cidade foi alvo da primeira bomba atômica usada em contexto de guerra, em 1945.
Lula também terá, à margem da cúpula, encontro com um grupo de empresários japoneses e representantes do banco de financiamento JBIC. Participarão representantes dos conglomerados Mitsui, NEC, Nippon Steel e Toyota.
Antes de embarcar de volta para o Brasil, Lula fará uma coletiva de imprensa na noite de domingo (horário de Brasília).
Agendas bilaterais
O governo brasileiro fechou uma série de reuniões separadas de Lula com outros chefes de Estado ou de governo que também estarão no G7. O Planalto confirmou até o momento sete audiências:
- primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese
- presidente da Indonésia, Joko Widodo
- primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida
- presidente da França, Emmanuel Macron
- primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz
- primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh
- secretário-geral da ONU, António Guterres
O Itamaraty e auxiliares de Lula também trabalham com a possibilidade de reuniões com representantes dos governos da Índia e do Canadá.
As reuniões com lideranças de outros países ocorrem entre sexta e domingo (21). Lula tem interesse nos encontros para reforçar a retomada das relações do Brasil no cenário internacional após quatro anos de isolamento no governo de Jair Bolsonaro.
No encontro com o primeiro-ministro japonês, que o convidou para o G7, Lula pretende tratar de investimentos, cooperação na área de descarbonização e a integração da comunidade brasileira no Japão (cerca de 204 mil pessoas), além de esforços para encerrar a guerra na Ucrânia e para combater as mudanças climáticas.
A expectativa é de que Lula trata da guerra e de preservação ambiental nos encontros com Macron e Scholz. Os líderes de França e Alemanha também tentam desde o ano passado intermediar o final do conflito.
Fonte G1 Brasília