A nova fase da operação Lesa Pátria comprova que houve um planejamento para afrouxar a segurança no Distrito Federal e permitir a invasão de prédios públicos no dia 8 de janeiro, quando golpistas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes, em Brasília.
A avaliação é dos investigadores da Polícia Federal e do Ministério da Justiça, depois que a 12ª fase da operação, deflagrada nesta terça-feira (23), encontrou mensagens em um grupo de oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal.
A principal evidência é do major Flávio Silvestre Alencar, responsável pelo batalhão da PM que cuidava da segurança da Praça dos Três no dia 8 de janeiro.
Em 20 de dezembro do ano passado, em um grupo de conversa de militares do DF, o major disse: “Na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”. Depois, escreveu risadas na mensagem.
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O major é o mesmo oficial que, no dia dos atos golpistas, apareceu em imagens das câmeras de segurança dando orientações para os policiais militares, que, logo em seguida, desfizeram o bloqueio que impedia o avanço de bolsonaristas na direção do Supremo Tribunal Federal. O prédio foi invadido alguns minutos depois.
Preso na operação desta terça-feira (23), o major Silvestre estava no comando porque o seu superior era um dos comandantes que estavam em férias no dia dos ataques. A PF trabalha com a informação de que os comandantes teriam tirado férias no período de propósito.
Para um investigador, a mensagem do major indica que havia um planejamento nas forças de segurança do Distrito Federal, desde o ano passado, ainda no governo Bolsonaro, para fingir que um plano de contenção dos manifestantes seria montado, mas que a orientação era para permitir a invasão dos prédios públicos dos Três Poderes.
Fonte G1 Brasília