O técnico António Oliveira se desculpou pela declaração no lance do pênalti do Vasco, que decretou a derrota do Cuiabá na noite de segunda-feira, no estádio Luso-Brasileiro, em jogo da 12ª rodada do Brasileirão.
A transmissão da partida flagrou o treinador dizendo “queria ver se fosse o Flamengo” à arbitragem logo após a marcação da infração. Por conta disso, ele acabou expulso e ainda discutiu com o quarto árbitro, conforme relatado em súmula (veja abaixo).
– No calor do jogo dizemos coisas que deveríamos pensar antes. Tenho humildade de reconhecer de que, quando falei do pênalti, que foi bem marcado, disse que se fosse para o Flamengo não marcaria. Disse o Flamengo como podia dizer um outro clube do Brasil. Tenho o máximo respeito pelo Flamengo, tenho muitos amigos lá. O que quis dizer é que parece que é fácil marcar pênalti contra o Cuiabá. É pênalti, tenho humildade de reconhecer, como no último jogo perdemos num lance de pênalti. O que quis dizer é que em caso de dúvida olha-se muito para os emblemas e o Cuiabá tem acabado por sofrer. Fica o meu esclarecimento para que não haja ponta solta.
Apesar da “mea-culpa”, o português opinou que os grandes clubes brasileiros são beneficiados pela arbitragem e comparou a situação com o futebol de Portugal.
– É aqui, mas também em Portugal. As equipes grandes são mais beneficiadas que as equipes pequenas. O Benfica, o Porto, o Sporting são mais beneficiados do que qualquer equipe que esteja do meio da tabela pra baixo. Tem a ver com a história dos clubes. O Cuiabá também tem direito de fazer sua história.
– Depois do gol não houve mais jogo. Não compete a mim gerir a saúde do jogo, compete ao juiz. Foi pênalti, não se discute isso. Eu não gostaria de ser árbitro, eles são os únicos que não podem errar, mas às vezes por culpa própria perdem o controle do jogo. Isso é no Brasil, é em Portugal, os clubes grandes historicamente, e às vezes de forma inconsciente, acabam por serem beneficiados. Se for para pender para um lado, é sempre para o mesmo.
António Oliveira não se limitou às críticas à arbitragem e fez sua análise do resultado. Na visão do comandante auriverde, o Dourado tinha obrigação de vencer, mas esbarrou na ineficácia ofensiva.
– Um jogo equilibrado. Acaba que o Cuiabá tem mais de tudo, mas não tem aquilo que é mais importante no futebol, que é marcar gols. Estamos com essa dificuldade. Temos que ser mais objetivos. Eficiente estamos sendo, porque criamos, mas chegamos nos últimos 20 metros e temos grandes dificuldade em finalizar. É difícil nos fazer gol, em transição somos equilibrados, mas sofremos duas derrotas em que fomos muito superiores. Hoje tínhamos mais que a obrigação de ganhar o jogo. Os jogadores deram tudo, mas não é suficiente e a responsabilidade é minha.
O Cuiabá chegou à terceira rodada sem vitória e estacionou nos 12 pontos, em 16º lugar do Brasileirão – distante apenas um ponto do Goiás, que abre a zona de rebaixamento. A equipe volta a campo no próximo domingo, contra o Santos, às 17h30 (de MT), na Arena Pantanal, pela 13ª rodada.
Fonte GE Esportes
