O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) reagiu, nesta segunda-feira (23), à desistência de João Doria da pré-candidatura à Presidência da República. Nas redes sociais, o gaúcho disse que a atitude é um “gesto pela unificação da terceira via”.
“O PSDB teve candidato legítimo oriundo das prévias, que agora faz gesto pela unificação da terceira via sob liderança de outro partido. Gesto importante de João Doria Júnior, que merece respeito. As circunstâncias adversas de uma eleição não diminuem a relevância do seu legado para o Brasil”, afirmou.
Eduardo Leite foi derrotado por João Doria nas prévias do partido, realizadas em novembro de 2021. Mesmo assim, o gaúcho teve seu nome cogitado para representar o PSDB ou, até mesmo, o PSD nas eleições de 2022.
Segundo a jornalista Natuza Nery, em seu blog no g1, tucanos apresentarão o nome de Eduardo Leite para a Presidência durante reunião da executiva nacional do partido prevista para esta terça-feira (24).
No final de março, Leite renunciou ao governo do estado. A decisão, exigência da legislação eleitoral para políticos que desejavam concorrer a outros cargos, foi interpretada como um indicativo de eventual candidatura ao Planalto.
“Eu me sinto preparado, me sinto em condições, tenho vontade, tenho disposição para ser, sim, presidente. Mas ninguém é presidente pela sua mera vontade pessoal”, disse, ao deixar o governo do RS.
Em carta publicada no dia 22 de abril, Eduardo Leite enfim manifestou seu apoio a João Doria, dizendo que o paulista era o “nome” do PSDB para a disputa presidencial e que nunca tentara tirar a legitimidade das prévias.
“Qualquer caminho diferente dependeria de entendimento com o próprio candidato”, declarou Leite na ocasião.
Desistência de Doria
Apesar de ter vencido as prévias tucanas, a candidatura de Doria sempre foi questionada por parte da legenda. Um grupo ligado ao deputado federal Aécio Neves (MG) era contrário à presença do paulista da disputa. Dentro do PSDB, inclusive, havia nomes históricos indicando apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o ex-ministro Aloysio Nunes.
Na chamada “terceira via”, PSDB, União Brasil, MDB e Cidadania buscavam lançar um nome fruto de consenso para as eleições. Contudo, o União Brasil deixou o grupo, anunciando candidato próprio para outubro.
A decisão de Doria, anunciada nesta segunda, ocorre um dia antes de a executiva do PSDB se reunir para definir como o partido se posicionará na disputa presidencial de outubro.
“Para as eleições deste ano me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve”, disse Doria.
A cúpula tucana agora busca consolidar o nome da senadora Simone Tebet (MDB) como candidata da “terceira via”. Bruno Araújo, presidente do PSDB, estava presente na reunião e no pronunciamento do ex-governador.
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Fonte G1 Brasília