O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta quinta-feira (5) que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo vai participar das investigações sobre o assassinato dos três médicos no Rio de Janeiro, durante a última madrugada.
Em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes durante o início da tarde, Tarcísio chamou o crime ocorrido na Barra da Tijuca de ?uma coisa bárbara?.
?A gente lamenta muito, é uma coisa bárbara. A gente fica chocado quando teve a notícia, ficamos extremamente consternado. É inadmissível você ver os médicos que saem para participar de um congresso, num quiosque próximo ao hotel, foi uma execução sumária, uma ação que parece que durou segundos. Nós tivemos a execução a queima roupa, não teve nem tempo da pessoa reagir, fazer nada?, disse.
Segundo o governador paulista, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo enviou para o Rio de Janeiro uma equipe de peritos, com equipamentos de investigação de homicídios, para tentar ajudar a polícia fluminense nas investigações do crime.
?Como são médicos que trabalhavam em São Paulo, nós temos médicos paulistas aqui do Hospital das Clínicas que foram vítimas aí, a gente entendeu por bem prestar solidariedade, mandar apoio, ajudar na elucidação porque é um crime que choca todo mundo. Toda a nossa solidariedade às famílias, à deputada Sâmia, todos que perderam entes queridos nessa tragédia?, disse Tarcísio.
Execução dos três médicos
O crime ocorreu na madrugada desta quinta-feira (5). Eles estavam na cidade para participar de um congresso internacional de ortopedia.
Os médicos estavam na cidade para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo e tinham ido ao quiosque fica em frente ao Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, onde tinham se hospedado.
A Polícia Civil do RJ acredita em execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando.
Entidades médicas, o presidente Lula, ministros, governadores e outros políticos também lamentaram as mortes e cobraram investigação do caso.
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Em nota, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP lamentou as mortes e prestou condolências às famílias.
“O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida. O IOT- HCFMUSP estende as condolências aos familiares e amigos.”
Veja abaixo quem são as vítimas:
- Daniel Sonnewend Proença, 32 anos. Formado pela Faculdade de Medicina de Marília em 2016, é especialista em cirurgia ortopédica. Foi levado com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge com pelo menos 3 tiros e seria transferido para uma unidade particular;
- Diego Ralf Bomfim, 35 anos. Irmão da deputada federal Sâmia Bomfim. Especialista em Reconstrução Óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Morreu no Hospital Lourenço Jorge;
- Marcos de Andrade Corsato, 62 anos. Médico assistente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Fazia parte do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês de SP. Morreu na hora;
- Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos. Morava em Jequié, no sudoeste da Bahia, e trabalhava em Ipiaú, no sul do estado. Era especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Fez aniversário na terça (3). Morreu na hora.
Como foi o ataque
Os ortopedistas estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, que sedia a partir desta quinta-feira o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.
No início da madrugada, os 4 estavam em um quiosque na frente do hotel. Às 0h59, um carro branco parou, e 3 homens de preto e armados de pistolas desembarcaram e abriram fogo à queima-roupa.
Foram pelo menos 20 disparos. Um dos bandidos ainda voltou para atirar mais em um dos médicos que tentava se refugiar atrás do quiosque.
Agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) chegaram a efetuar buscas, mas ninguém foi preso.
Fonte G1 Brasília