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Sem citar CPI, Lula diz que trabalho de padre Júlio é essencial para ‘dar amparo a quem mais precisa’

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (4), em uma rede social, que o trabalho do padre Júlio Lancellotti e da diocese de São Paulo “são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa”.

“Graças a Deus a gente tem figuras como o Padre Júlio Lancellotti, na capital de São Paulo, que há muitos e muitos anos dedica a sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania as pessoas em situação de rua. Que dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus. Seu trabalho e da Diocese de São Paulo são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa”, postou o presidente.

O pedido de CPI foi protocolado na Câmara Municipal em 6 de dezembro de 2023 pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) e ex-advogado do ex-deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, cassado pela Alesp em 2022 por quebra de decoro parlamentar.

No pedido, Rubinho argumentou que a comissão deve ser instalada para ?investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia?.

Para o vereador, a atuação de ONGs não está isenta de fiscalização, por isso a necessidade de uma CPI, já que “algumas delas frequentemente recebem financiamento público para realizar suas atividades”.

A Mesa Diretora da Câmara de São Paulo informou que a abertura da CPI será discutida pelos líderes na volta do recesso parlamentar, em fevereiro. Vereadores de oposição (PT, PSB e PSOL) negam que haja acordo para instalar a comissão e apontam que Rubinho tem interesse eleitoral na medida, o que o vereador nega.

Tentativa de ‘tirar o foco’

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Ao avaliar a articulação dos parlamentares, em entrevista à GloboNews, na manhã desta quinta, o padre Júlio Lancellotti afirmou que ?criminalizar trabalho com população de rua e dependência química é tentar tirar o foco da questão da Cracolândia?.

Ele, que coordena a Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, disse, ainda, que a criação de uma suposta CPI contra ele e ONGs é fruto do acirramento da polarização política em ano eleitoral e da influência da especulação imobiliária e empreiteiras na Câmara Municipal.

?Essa criminalização de algumas pessoas, de alguns movimentos ou de algumas entidades é uma forma de não enfrentar com clareza e profundidade a questão que está em foco na Cracolândia. […] Essa polarização numa cidade, a gente não pode perder o contexto que São Paulo é a vitrine do mercado imobiliário. É a vitrine de especulação imobiliária. E a especulação imobiliária tem um inimigo número 1, que são as pessoas em situação de rua. Uma população que aumentou exponencialmente em São Paulo.”

Em suas redes sociais, o padre já havia afirmado que não pertence a nenhuma ONG e que a “atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo na Cracolândia”.

A Arquidiocese de São Paulo divulgou nesta quinta (4) uma nota de repúdio contra a proposta de CPI e defendeu o trabalho exercido por Lancellotti.

“Na qualidade de Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, Padre Júlio exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade. Reiteramos a importância de que, em nome da Igreja, continuem a ser realizadas as obras de misericórdia junto aos mais pobres e sofredores da sociedade”, diz o documento.

Além de ser pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, na zona leste de São Paulo, o padre também é pedagogo. Ao longo da carreira na Igreja Católica e na defesa dos direitos humanos, ele recebeu uma série de prêmios e reconhecimentos

O padre tem relação próxima com Lula. No ano passado, o presidente concedeu ao religioso a medalha da Ordem do Ministério da Justiça e regulamentou uma lei que leva o nome do padre. A lei veda arquitetura hostil em espaços públicos.

Fonte G1 Brasília

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