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Lula sanciona leis que retomam cotas para produções nacionais no cinema e TV paga, diz Planalto

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta segunda-feira (15) as leis que retomam as reservas obrigatórias para obras nacionais em sessões de cinema e em canais de televisão paga. Segundo a Casa Civil, os textos foram sancionados sem vetos.

Segundo o Palácio do Planalto, as leis serão publicadas na edição desta terça-feira (16) do “Diário Oficial da União”.

As chamadas “cotas” para conteúdos nacionais no cinema e na TV paga deixaram de existir ao longo dos últimos meses. No primeiro caso, em 2021. No segundo, em setembro de 2023.

A retomada das reservas para exibição das obras brasileiras era um dos pleitos do setor cultural, que enxerga nas medidas uma forma de fomento à produção nacional.

Segundo o Palácio do Planalto, a sanção das propostas “fortalece a política pública e impacta diretamente no desenvolvimento cultural brasileiro, por meio da valorização da produção e distribuição de obras cinematográficas nacionais”.

Em declaração à imprensa, nesta segunda, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que as leis têm uma “importância enorme”.

“Estamos vendo o cinema brasileiro voltando às telas, com uma retomada potente. Nosso lançamento mais recente com mais de um milhão, um milhão e meio de pessoas nos dois filmes brasileiros que saíram no começo do ano. E, assim também, as produções retomando. É um momento vibrante para nós”, disse.

Entenda a seguir, nesta reportagem, como funcionam as “cotas” de tela:

Cinema

Um dos projetos sancionados pelo presidente Lula restabelece, até o fim de 2033, a reserva para exibição de filmes brasileiros em salas de cinema. A medida, introduzida por uma medida provisória de 2001, havia deixado de existir em 2021.

Segundo o texto, as empresas responsáveis por salas de cinema serão obrigadas a oferecer um número mínimo de sessões para exibição de obras cinematográficas nacionais.

Os critérios e os valores serão definidos anualmente por meio de um decreto do presidente da República.

A “cota” para filmes nacionais deverá, ainda de acordo com a proposta, observar uma diversidade de títulos.

Um regulamento vai definir medidas para a garantia da variedade de produções, além de mecanismos para distribuição das obras em sessões com maior procura.

A fiscalização caberá à Agência Nacional do Cinema (Ancine), que poderá punir as empresas com multa de até R$ 2 milhões ? equivalente a 5% da receita bruta média diária do cinema, multiplicada pelo número de sessões em que filmes brasileiros deixaram de ser exibidos.

TV paga

O presidente Lula também sancionou a lei que prorroga, até o fim de 2038, a reserva para produções audiovisuais brasileiras em canais de TV por assinatura. Criada em 2011, porém, a política deixou de valer em 12 de setembro.

A medida estabelece regras para a exibição mínima de conteúdo nacional na TV paga.

A obrigação é válida para canais nacionais e estrangeiros. A fiscalização também caberá à Ancine, que será responsável por medidas de combate ao uso e reprodução de conteúdos pirateados.

Segundo o texto, a agência poderá adotar mecanismos para impedir o consumo não autorizado em plataformas que violem os direitos autorais.

Em linhas gerais, a cota funciona da seguinte forma nos pacotes de TV paga:

  • a cada três canais estrangeiros, as operadoras de TV por assinatura deverão ofertar, ao menos, um nacional em todos os pacotes
  • ao atingir 12 canais nacionais, a inclusão passa a ser opcional
  • operadoras que ofertam pacotes com até 31 canais poderão cumprir a reserva com a veiculação de três canais nacionais
  • entre os canais brasileiros ofertados, no mínimo, um terço deverá ser programadora brasileira independente

O instrumento também estabelece que os canais estrangeiros devem:

  • exibir semanalmente, no mínimo, 3 horas e 30 minutos de produções nacionais em horário nobre (entre 18h e 0h)
  • ao menos, 1 hora e 15 minutos devem ser de produtoras brasileiras independentes

E os canais nacionais:

  • devem veicular, ao menos, 12 horas diárias de conteúdo audiovisual brasileiro produzido por produtora brasileira independente
  • 3 horas do conteúdo de produtora independente devem ser veiculadas em horário nobre (entre 18h e 0h)

A regra prevê ainda que não são consideradas na conta as exibições de produções:

  • religiosas
  • políticas
  • esportivas
  • de concursos
  • publicitárias, televendas e infomerciais
  • de jogos eletrônicos
  • jornalísticas
  • e de programas de auditório

Também são desconsiderados na análise de cumprimento da reserva nos pacotes os canais:

  • de distribuição obrigatória, como os canais governamentais, comunitários e universitários
  • de TV aberta com concessões públicas
  • internacionais que não sofreram adaptações para o português
  • eróticos
  • ofertados na modalidade avulsa

Fonte G1 Brasília

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