O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chamou de “ação insensata” o planejamento de uma minuta de decreto golpista que previa a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além do próprio Pacheco.
O senador afirmou, em nota divulgada nesta quinta-feira (8), que o plano foi encabeçado por uma “minoria irresponsável, que previa impor um Estado de exceção e prisão de autoridades democraticamente constituídas”.
Investigação da Polícia Federal apontou a existência de uma minuta golpista que previa a prisão dos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e do presidente do Senado.
As informações constam da decisão de Moraes, que embasou uma operação deflagrada nesta quinta contra militares e ex-assessores do governo de Jair Bolsonaro (PL), suspeitos de tramar um golpe de Estado.
Segundo a corporação, o texto de teor golpista foi entregue a Bolsonaro pelo ex-assessor Filipe Martins, que foi preso na operação; e Amauri Feres, que foi alvo de mandado de busca e apreensão.
A investigação apontou que Bolsonaro pediu, em reunião com Martins e Feres, a exclusão dos nomes de Pacheco e Gilmar do documento.
Em 10 de janeiro de 2023, em operação após os ataques às sedes dos Três Poderes, a PF encontrou uma minuta de decreto, com as alterações pedidas por Bolsonaro, na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. À época, Torres afirmou que o documento foi “vazado fora de contexto”.
O texto previa a instauração de um estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições de 2022.
Em declaração à imprensa, Rodrigo Pacheco disse que cabe à Justiça o “aprofundamento das investigações para a completa elucidação desses graves fatos.”
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A operação
A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A operação foi batizada de “Tempus Veritatis” ? “hora da verdade”, em latim.
Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Segundo a PF, foram cumpridos mandados em Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Além de prisões e buscas, há 48 outras medidas cautelares, como proibição de contato entre os investigados, retenção de passaportes e suspensão dos cargos públicos.
Fonte G1 Brasília