Ao mesmo tempo em que Israel ataca Gaza sob a alegação de acabar com o Hamas, as tensões têm aumentado na fronteira com o Líbano — sede do Hezbollah — com o fogo cruzado entre o grupo e forças israelenses nas últimas semanas.
De acordo com o ministro israelense, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, “se vangloria hoje [terça-feira] de ter fotografado os portos de Haifa, operados por grandes empresas internacionais chinesas e indianas, e de ameaçar danificá-los”.
No vídeo, que a AFP não conseguiu verificar de forma independente até o momento, o Hezbollah identifica locais como infraestruturas militares e energéticas, bem como instalações civis.
Intermediação dos EUA
O Hezbollah publicou as imagens coincidindo com a visita a Beirute de Amos Hochstein, enviado especial do presidente americano, Joe Biden, para tentar reduzir a tensão na fronteira.
“A todos interessa resolver isso de forma rápida e diplomática e isso é factível e urgente”, acrescentou, considerando que a situação é “grave” e ressaltando que Washington quer evitar “uma guerra em grande escala”.
O movimento intensificou seus ataques contra alvos militares no norte de Israel na semana passada, após a morte de um de seus comandantes em um bombardeio israelense.
‘Frear a agressão israelense’
Hochstein se reuniu com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berry, um aliado-chave do Hezbollah, um dia depois de conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém.
Segundo o enviado americano, o encontro com Berry girou em torno da “situação política e de segurança do Líbano e sobre o acordo que está sobre a mesa a respeito de Gaza”, em referência ao plano apresentado em maio pelo presidente Joe Biden.
Em uma primeira fase, o plano contempla um cessar-fogo de seis semanas acompanhado de uma retirada israelense das áreas densamente povoadas de Gaza, bem como as libertações de alguns reféns retidos em Gaza e de palestinos detidos em Israel.
O enviado americano também se reuniu com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, que afirmou que “o que falta é deter a atual agressão israelense contra o Líbano e que a calma e a estabilidade retorne à fronteira sul”.
O Exército israelense estima que 116 pessoas sequestradas permanecem em Gaza, sendo que 41 reféns teriam morrido.
No Líbano, ao menos 473 pessoas morreram após mais de oito meses de ataques transfronteiriços, a maioria combatentes, mas também 92 civis, de acordo com estimativas da AFP.
Do lado israelense, pelo menos 15 soldados e 11 civis morreram, segundo as autoridades.
Fonte G1 Brasília