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Reforma tributária: deputados devem propor ‘imposto do pecado’ sobre apostas esportivas e carnes com alíquota zero

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O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que avalia a regulamentação da reforma tributária indicou que deve propor, ao menos, duas alterações na proposta da área econômica. São elas:

  • que o imposto seletivo, também chamado de imposto do pecado, passe a taxar apostas esportivas; e
  • que as carnes sejam totalmente desoneradas.

O texto apresentado pelo governo, em abril, não previa que o imposto seletivo incidiria sobre apostas esportivas, e contemplava uma tributação de 40% da alíquota cheia, estimada em 26,5% pela área econômica, para as carnes.

Na cesta básica nacional em vigor hoje, as carnes são isentas de impostos federais.

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  • De acordo com a emenda constitucional, aprovada no fim de 2023, o imposto do pecado incidiria sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens ou serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

“Ouvimos os pleitos, trouxemos ao Ministério da Fazenda para que façam um cálculo para saber qual a repercussão a se atendermos a determinados segmentos, quanto vai aumentar a alíquota de referência. Para que não haja aumento da alíquota de referência, vai ter que compatibilizar com outras ações”, disse Hildo Rocha (MDB-MA), sobre a possibilidade de desonerar carnes.

De acordo com o deputados Reginaldo Lopes (PT), a inclusão das carnes na alíquota zero da cesta básica tem o potencial de aumentar a alíquota geral de 26,5% para 27,1% ? o que configuraria a maior alíquota do mundo, superando a Hungria (27%).

Isso acontece porque a reforma tributária tem como pressuposto manter a atual carga tributária sobre o consumo. Se um produto é desonerado, sem compensação por um aumento de outro item, a alíquota geral tem de subir para manter o atual peso dos impostos.

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Imposto do pecado sobre apostas esportivas

Ao mesmo tempo, os deputados afirmaram que há “grande possibilidade” de o imposto seletivo passar a tributar as apostas esportivas, o que poderia ser uma forma de compensar a desoneração das carnes na cesta básica e evitar o aumento da alíquota, estimada atualmente em 26,5%, sobre o consumo.

Em entrevista ao g1, o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, afirmou que há uma demanda de parlamentares para que o imposto do pecado incida sobre jogos de azar.

“A questão é saber como e se se faz sentido essa tributação e calibrar isso de forma adequada. A gente tá fazendo junto com a Secretaria de Apostas lá do Ministério [da Fazenda]”, acrescentou ele.

Divulgação da proposta

O grupo de trabalho é formado pelos deputados Claudio Cajado (PP-BA), Reginaldo Lopes (PT-MG), Hildo Rocha (MDB-MA), Joaquim Passarinho (PL-PA), Augusto Coutinho (Republicanos-PE), Moses Rodrigues (União-CE) e Luiz Gastão (PSD-CE).

A expectativa dos parlamentares é que sua proposta seja apresentada ainda nesta semana, na quarta-feira (3) ou na quinta (4). E que a regulamentação da reforma tributária seja votada pela Câmara dos Deputados antes do recesso do meio do ano.

“Está tendo um consenso muito grande, a gente sai daqui muito animado ou seja o entre o relatório que está sendo construído com o que foi para a Câmara dos Deputados que eu acho que vai ser um texto que vai ser harmônico, e que a gente vai conseguir avançar com ele, aprovando ainda nesse semestre na Câmara dos Deputados”, disse o deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE).

Fonte G1 Brasília

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