O governo minimizou a carta divulgada por 30 ex-chefes de Estado e governo da Espanha e de países da América Latina nesta segunda-feira (5), que pediram a Lula que assegure o compromisso com a democracia venezuelana.
O documento é assinado por integrantes do grupo Idea, fórum composto por 37 ex-líderes mundiais. Entre os firmantes, estão os ex-presidentes Maurício Macri, da Argentina; Álvaro Uribe e Iván Duque; Vicente Fox, do México; Guillermo Lasso, do Equador; Carlos Mesa, da Bolívia. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também integra o fórum, mas não assina a carta enviada a Lula.
Segundo integrantes do governo ouvidos pelo blog, o governo afirma que as assinaturas da carta foram feitas por ex-presidentes que estão distantes de informações sobre a atuação do Brasil no caso e em como o país está atuando nos bastidores, esforço que tem sido reconhecido pela oposição venezuelana.
Na Venezuela, Nicolás Maduro pelo foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país, órgão responsável pelas eleições no país e que é presidido por um aliado do presidente, com 51,95% dos votos contra 43,18% de Edmundo González. A oposição contesta o resultado, dizendo que Gonzáles venceu com 67% dos votos contra 30% de Maduro, segundo uma contagem paralela.
O resultado é contestado pela oposição e por Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai. A Organização dos Estados Americanos (OEA) disse não reconhecer o resultado das eleições no país.
O Brasil pede ao governo que divulgue as atas das eleições e ainda não reconheceu o resultado.
Para o governo Lula, o Brasil tem tido atuação conjunta com México e Colômbia, que são “os adultos na sala”, e que é preciso negociar para que a Venezuela divulgue as atas. “Não é nem na força nem no pedido”, disse um interlocutor ao blog. O problema não é apenas Maduro, mas, também, toda uma estrutura de 20 anos de poder com os militares.
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Brasil, Colômbia e México emitiram uma nota conjunta na quinta-feira (1º) pedindo a divulgação de todas as atas eleitorais na Venezuela e solução da desavença pelas “vias institucionais”.
O governo comemora que González e a líder da oposição María Corina Machado têm reconhecido o esforço brasileiro pela divulgação das atas, o que é considerado de grande importância.
Lula viajou ao Chile onde se reuniu nesta segunda-feira com o presidente Gabriel Boric. No voo, foi acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e foi tratando sobre a eleição na Venezuela.
Fonte G1 Brasília