A iminente expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua, Breno Souza da Costa, foi tema de conversa entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira e presidente Lula (PT) na manhã desta quinta-feira (8).
Segundo o blog apurou, o ministério já aguarda a confirmação da expulsão e a tendência é que o país atue com reciprocidade, expulsando também o embaixador da Nicarágua.
Segundo fontes do Itamaraty, o caso Nicarágua pode ser um precedente para relação com a Venezuela e, inclusive, é visto como uma resposta para quem critica o governo por ser leniente com ditaduras de esquerda.
Nesta quarta (7), Mauro Vieira fez uma videoconferência com os chanceleres de Colômbia e México. Os chanceleres agora vão levar o resultado da conversa aos respectivos presidentes sobre os próximos passos, que podem envolver um telefonema a maduro ou viagem de representantes a Caracas.
Sobre a Nicarágua, a avaliação do governo Lula é que o processo político se desvirtuou por completo no país comandado por Daniel Ortega.
Agravamento da situação venezuelana
O assessor especial de Lula (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira em entrevista ao Estúdio i, da Globonews, temer “um conflito muito grave” na Venezuela.
“Eu temo muito que possa haver um conflito muito grave. Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito. E eu acho que a gente tem que trabalhar para que haja um entendimento. Isso exige conciliação. E conciliação exige flexibilidade de todos os lados”, disse.
Amorim também disse ser “lamentável que as atas não tenham aparecido” após o término das eleições venezuelanas. Ele disse que falou sobre isso, inclusive, com o Nicolás Maduro.
O Brasil tem demonstrado ter dúvidas se, de fato, as atas foram entregues à Justiça venezuelana. Um ponto que intriga a diplomacia brasileira é que o volume da papelada que foi exibido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) era muito pequeno pela quantidade de atas eleitorais.
Fonte G1 Brasília