O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, falou na manhã desta terça-feira (27) sobre as investigações dos incêndios que atingiram o interior de São Paulo nos últimos dias. O tempo seco e o vento contribuíram para que diferentes cidades do país amanhecessem cobertas por fumaça.
Para Andrei, é preciso revisar a legislação para garantir que pessoas que pratiquem incêndios criminosos continuem presas e não voltem a cometer os mesmos crimes.
“Essa questão da legislação branda eu diria que é uma realidade, talvez, global, de nós ainda não termos nas legislações de diversos países a penalidade que seja correspondente à gravidade do dano que é causado. Vejam que aquilo que poderia parecer ‘apenas’ um fogo em um canavial se tornou um grave problema nacional, afetando aeroportos, rodovias, a saúde das pessoas, o setor produtivo e a economia do país?, fala Andrei.
Sobre o crime de incêndio, que a pena máxima é de 4 anos, o diretor-geral da PF sugere uma revisão no Congresso Nacional. ?Precisa ser revisitado, rediscutido e, então, definida punições, ferramentas e mecanismos para as polícias judiciárias poderem atuar com mais firmeza e mais rigor”, diz.
De acordo com Andrei, as punições para os casos ambientais dificultam o trabalho do combate a esse tipo de crime.
“É difícil, para nós, polícia judiciária e para qualquer cidadão, entender que alguém que comenta um crime dessa magnitude entre por uma porta da delegacia e numa audiência de custódia, eventualmente, já saia por outra. Então é preciso revisitar a legislação para que a legislação dê o suporte também para os juízes manterem essas prisões”, completa.
Veja abaixo quem são os principais suspeitos presos:
Investigação
O diretor da PF foi questionado sobre a possibilidade de ação coordenada para incendiar propositalmente a vegetação. Segundo ele, a Polícia Federal age com cautela e não descarta nenhuma possibilidade.
“É importante ter muita cautela e responsabilidade durante o processo investigatório… É preciso esperar o tempo da investigação para que possamos dizer com segurança se foi orquestrado ou se tem participação do crime organizado”, disse.
Nesta segunda-feira, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou no programa CBN São Paulo, da Rádio CBN, que um dos presos na região de Ribeirão Preto “se identificou como integrante da organização criminosa PCC” e que isso será investigado.
Fonte G1 Brasília