Uma das grandes referências do futebol feminino no Brasil, a zagueira Tânia Maranhão segue esbanjando disposição e vitalidade no alto de seus quase 50 anos, que serão comemorados no início de outubro.
A jogadora do Ação participou na quinta-feira do Põe Na Conta Podcast, do Portal Primeira Página em parceria com a equipe do ge, e contou o segredo para a longevidade da carreira. A defensora é a atleta mais velha em atividade no futebol feminino profissional do país, conforme levantamento feito por ela mesma em conjunto com a diretoria do clube mato-grossense.
– Não é só falar “eu sou atleta”. Sua ferramenta é o corpo, então tem que cuidar dele com todo amor e todo carinho. Eu sou praticamente apaixonada pela parte física. Mesmo de férias, eu me dedico o tempo todo, isso que é a receita, você se cuidar, treinar, nunca se acomodar e sempre buscar algo a mais.
Tânia Maranhão teve passagem ímpar na seleção brasileira. Disputou as Olimpíadas de 1996, 2000, 2004 e 2008 (ficou com a medalha de prata nas duas últimas), as Copas do Mundo de 1999, 2003 e 2007 e foi campeã dos Jogos Pan-Americanos em 2003 e 2007.
Ela atuou ao lado de nomes como Sissi, Marta, Formiga, Cristiane, entre tantas outras. Tânia celebrou o atual momento da seleção feminina, prata nos Jogos Olímpicos de Paris, e lembrou com orgulho dos tempos em que ajudou na ascensão do time nacional.
– A evolução da seleção me dá orgulho. Não tem explicação, quando falo de seleção me emociono muito. Temos um grupo das antigas e eu falo que se a gente tivesse todo esse apoio da CBF que hoje a seleção tem, a gente já tinha conquistado o ouro há muito tempo. Mesmo com os recursos que a gente tinha, ainda brigava com as grandes seleção, que eram Estados Unidos, Alemanha.
– A gente fazia três amistosos, contra o Vasco masculino sub-15, Botafogo. Os Estados Unidos faziam 100 jogos pra se preparar. Mas valeu a pena o nosso esforço, não é contar historinha, mas valeu a pena tudo o que a gente plantou para ver como o futebol do nosso país está crescendo e evoluindo. Pra mim não tem preço.
Com toda sua experiência, a zagueira auxiliou o Ação a conquistar o acesso no Brasileiro Feminino A3 desta temporada. Além disso, foi vice-campeã estadual com a equipe de Santo Antônio de Leverger na última semana.
Tânia revelou na entrevista que quase levou a volante Formiga – quem considera como uma irmã – ao clube mato-grossense para atuar na reta final do Brasileiro.
– A gente estava conversando debaixo dos panos. Eu, o diretor Elvis e o presidente do Ação, o João (Benedito) fizemos uma proposta (para a Formiga). Conversei com ela, falou “irmã, vamos ver a data, vai dar bom”. A gente entrou em contato, mas ela tinha um compromisso nos Estados Unidos. Bateu na trave, mas ela viria para os quatro jogos da reta final do Brasileirão.
Tânia Maranhão planeja seguir em atividade por pelo menos mais duas temporadas. Ela deve renovar contrato com o Ação para 2025.
Fonte GE Esportes