A carta reflete a pressão ucraniana para ser convidada para a Otan, o que faria parte do “plano da vitória” do presidente Volodymyr Zelensky para encerrar a guerra no país. Segundo o documento, o convite deveria ser feito na próxima semana, durante um encontro em Bruxelas.
A Ucrânia afirma aceitar que não possa entrar na aliança até que a guerra esteja finalizada, mas que ser convidada agora mostraria ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ele não atingirá um de seus principais objetivos: impedir a Ucrânia de se tornar membro da Otan.
“O convite não deve ser visto como uma escalada (das tensões)”, afirmou Sybiha.
“Pelo contrário, com um entendimento claro de que a entrada da Ucrânia na Otan é inevitável, a Rússia perderá um de seus principais argumentos para manter esta guerra injustificada.”
“Exorto vocês a endossarem a decisão de convidar a Ucrânia a se juntar à Aliança, como um dos resultados do Encontro Ministerial de Relações Exteriores da Otan entre 3 e 4 de dezembro de 2024”, acrescentou.
Diplomatas da Otan afirmam que atualmente não há consenso entre os membros da aliança sobre convidar a Ucrânia. Qualquer decisão do tipo precisaria de unanimidade entre os 32 países da Otan.
A aliança já declarou que a Ucrânia vai se juntar ao grupo e que isso é “irreversível”. Mas não a convidou formalmente, tampouco estabeleceu prazos para isso.
Olga Stefanishyna, vice-primeira-ministra da Ucrânia e responsável pelos assuntos relativos à Otan, afirmou que Kiev entende que o consenso para um convite para se juntar ao grupo “ainda não existe”. Por outro lado, segundo ela, a carta tem o objetivo de mandar uma forte mensagem política.
“Enviamos uma mensagem aos aliados de que o convite não está descartado, independentemente de manipulações e especulações”, afirmou.
Nos últimos dias, contudo, diplomatas afirmaram não identificar mudança de postura entre os países da Otan. Além disso, a aliança aguarda qual será a política dos Estados Unidos no governo de Donald Trump.
O presidente eleito, inclusive, anunciou que vai nomear um general para atuar como um enviado especial para o conflito na Ucrânia. Um dos planos para colocar fim na guerra seria congelar a entrada do país na Otan.
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Fonte G1 Brasília