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Presidente da Coreia do Sul não comparece a convocação para prestar depoimento sobre lei marcial

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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não compareceu nesta quarta-feira (18) perante o Escritório de Investigação de Corrupção para prestar depoimento sobre o decreto de lei marcial, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul definiu, nesta segunda-feira (16), que realizará a primeira audiência no caso que analisa o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol em 27 de dezembro, informou um porta-voz à agência de notícias Reuters.

Os deputados do país aprovaram neste sábado (14) o impeachment do presidente, menos de duas semanas após ele decretar e revogar, em menos de seis horas, uma lei marcial que visava restringir direitos civis.

Yoon havia enfrentado outra moção de impeachment no sábado anterior, mas apenas dois deputados do partido governista apoiaram o impeachment ? eram necessários oito votos, que foram conquistados neste sábado.

A votação começou pouco depois das 4h deste sábado. Dos 300 deputados, 204 votaram a favor do impeachment de Yoon Suk Yeol – eram necessários 200 votos -, 85 parlamentares votaram contra a medida, três se abstiveram e oito votos foram considerados inválidos.

Na primeira tentativa, os parlamentares do partido governista se ausentaram, permitindo que o líder conservador permanecesse no poder. Na sexta-feira (13), o líder da oposição da Coreia do Sul pediu aos deputados do partido governista que apoiassem a segunda moção.

“O que os legisladores devem proteger não é Yoon ou o Partido do Poder Popular (PPP), que está no poder, mas as vidas das pessoas que protestam nas ruas geladas”, disse Lee, que lidera o Partido Democrático. “A história se lembrará da escolha que eles fizeram.”

A oposição estava negociando nos bastidores há uma semana para dar forma à segunda moção, e o laço se apertou em torno do presidente, que enfrenta uma investigação de “rebelião” e está proibido de deixar o país.

Yoon, cuja popularidade caiu para 11%, de acordo com as pesquisas, declarou em um discurso televisionado na quinta-feira (12) que lutaria “até o último minuto”.

O que acontece agora?

Com o impeachment aprovado, o presidente deixa o posto imediatamente, e o primeiro-ministro Han Duck Soo assume de forma interina.

Agora, o Tribunal Constitucional sul-coreano tem até seis meses para realizar um julgamento para confirmar ou rejeitar o pedido de impeachment, ouvindo evidências para determinar se o presidente violou a lei.

A Corte, que normalmente é composta por nove juízes, atualmente tem apenas seis em exercício, com três cargos a serem preenchidos. A princípio, há a exigência de sete juízes para deliberar casos, mas ainda não está claro o que irá ocorrer nesse caso.

Caso o impeachment seja confirmado, uma nova eleição presidencial tem que acontecer dentro de 60 dias.

Decreto de lei marcial

Na terça-feira (3), Yoon acionou um dispositivo constitucional para implementar a medida, substituindo a legislação normal por leis militares, fechando a Assembleia Nacional e colocando setores como a imprensa sob controle do governo.

A lei marcial foi decretada em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas entre o governo e os deputados. A medida pegou a Coreia do Sul de surpresa e expôs a crise política do país, que vem se agravando nos últimos meses.

Yoon defendeu o decreto como uma maneira de proteger a Coreia do Sul de aliados da Coreia do Norte que estariam infiltrados no país. A lei, no entanto, sofreu uma série de reações negativas e levou milhares de sul-coreanos às ruas.

Mesmo com a Assembleia fechada pelo Exército, deputados conseguiram se reunir em uma sessão emergencial e aprovar uma moção para declarar a lei marcial inválida. Pouco tempo depois, Yoon disse que iria honrar com a votação dos parlamentares e revogar a lei.

O decreto de lei marcial enfraqueceu o presidente, que viu a aprovação baixa despencar ainda mais, na casa de 13%. Membros do governo também renunciaram ao cargo, e deputados da oposição protocolaram um pedido de impeachment contra ele.

Membros do próprio partido de Yoon passaram a defender que o presidente fosse destituído do cargo.

Yoon foi eleito presidente em maio de 2022, por uma margem inferior a 1%, como candidato da direita pelo Partido do Poder Popular. Novato na política, ele ganhou a atenção pública como promotor após investigar alguns dos escândalos de corrupção mais notórios do país.

O político sul-coreano assumiu o poder com o desafio de reduzir o custo de vida e os preços elevados das moradias, além de combater o aumento da desigualdade e do desemprego entre os jovens. No entanto, o governo se envolveu em acusações de corrupção e perdeu apoio popular.

Crise política

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Em abril deste ano, o Partido Democrata ? de oposição ao governo de Yoon ? venceu com ampla vantagem as eleições parlamentares. Com isso, a legenda ampliou o controle da Assembleia Nacional, conquistando mais de 170 das 300 cadeiras da Casa.

À época, Yoon fez um pronunciamento prometendo mudanças no governo e políticas para estabilizar a economia na Coreia do Sul.

Enquanto isso, a oposição aprovou moções para investigar a primeira-dama. Todos os projetos acabaram sendo vetados pelo presidente.

No fim de novembro, o Partido Democrata rejeitou o orçamento do governo e avançou com um plano de revisão de gastos, cortando o equivalente a mais de R$ 17 bilhões. A medida irritou o gabinete presidencial, sendo que a porta-voz do governo chamou a ação de “tirania parlamentar”.

Ao anunciar a lei marcial, Yoon descreveu a oposição como “forças pró-Coreia do Norte, sem vergonha, que estão saqueando a liberdade e a felicidade” dos sul-coreanos.

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Fonte G1 Brasília

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