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Quem governa Mato Grosso: Mauro Mendes ou Virgínia Mendes?

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Mato Grosso sempre teve seus enredos políticos peculiares, mas a cena que se desenrola nos bastidores do Palácio Paiaguás mais parece uma monarquia disfarçada de democracia. O protagonista oficial? O governador Mauro Mendes. Mas, na prática, quem ocupa o centro do palco com luz e microfone próprios é Virgínia Mendes, a primeira-dama que age como governadora de fato – sem nunca ter disputado um voto.

É um verdadeiro abuso sistemático do uso da máquina estatal para autopromoção. E nem é mais algo disfarçado, feito nos bastidores. É escancarado, estampado nas redes sociais da própria Virgínia, que faz questão de narrar, em tom solene, cada reunião com secretários para definir políticas públicas, como se fosse chefe de governo. Ela atravessa o estado de avião oficial, desfila pelo interior, visita Brasília, vai ao shopping com carro do governo. Tudo isso bancado pelo contribuinte, aquele pobre coitado que paga impostos e assiste de camarote ao espetáculo.

O auge desse teatro de poder foi a posse do deputado Max Russi na presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Virgínia Mendes, sem cargo, sem mandato, sem legitimidade institucional, simplesmente se colocou entre o governador e o presidente da Casa, numa imagem que mais parecia um quadro dinástico. O rei, a rainha e o vassalo. Se havia alguma dúvida sobre quem manda no estado, aquele momento selou tudo: a autoridade não está no título de governador, mas na cadeira onde Virgínia escolhe sentar.

E o Ministério Público? Ah, o Ministério Público! Esse, que deveria zelar pela moralidade e combater abusos de poder, parece viver um caso de amor com o Palácio Paiaguás. Antes de deixar o cargo, o ex-procurador-geral de Justiça,Deosdete Cruz, fez questão de ir pessoalmente entregar uma placa de “agradecimento” à primeira-dama. Agradecimento por quê, exatamente? Nos corredores da política, o burburinho é que ele pode ser indicado a desembargador do Tribunal de Justiça na vaga do Ministério Público. Coincidência? Mato Grosso não acredita mais em coincidências.

A situação já virou escândalo na rádio peão dos corredores políticos. O povo cuiabano e matogrossense , que pagam essa conta salgada, fica com a sensação de ser feito de bobo. Enquanto isso, a estrutura do estado é utilizada sem pudor para transformar Virgínia Mendes em uma figura acima do próprio governo. Se Mauro Mendes pretende lançar sucessor, talvez devesse primeiro esclarecer: ele ainda é o governador ou já passou a faixa para a primeira-dama? Porque, se for assim, que ao menos oficializem o cargo de “Governadora Extraoficial do Estado” e nos poupem do deboche.

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