O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), disse nesta quarta-feira (20) que a articulação do governo do presidente Lula errou na articulação do comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS e subestimou a capacidade da oposição.
?A oposição no Congresso Nacional derrotou a indicação do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e elegeu nesta quarta o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da CPMI que apura desvios do INSS.
?Houve uma subestimação [da oposição], podíamos ter tido uma mobilização, mais atenção. Houve um erro”, afirmou.
O petista afirmou que, por ter maioria na comissão, o governo assumiu que comandaria o colegiado, mas diante da ausência de deputados da base, a oposição colocou suplentes oposicionistas para votar, o que garantiu sua vitória.
?Houve algum tipo de cochilo, isso é inconteste”, disse. ?A base do governo foi surpreendida porque tinha que ter se mobilizado mais, isso é um fato”, complementou Farias.
?Ela fez uma cobrança, de que temos que estar mais ligados, os líderes têm que estar ligados, a articulação entre Senado e Câmara [estar] mais forte”, disse Lindbergh sobre a reunião.
Lindbergh disse que, apesar da derrota, o governo ainda terá maioria na comissão e que ?ninguém está desesperado” com o funcionamento da comissão.
?Não temos medo da CPMI, queremos que as coisas sejam transparentes”, disse.
Derrota na CPMI
Na reunião de instalação da CPMI nesta quarta, o governo não conseguiu aprovar o nome de Omar Aziz (PSD-AM) para presidir a comissão, o que representou uma derrota para o Executivo.
Aziz foi derrotado por estratégia da oposição, que conseguiu eleger por 17 votos a 14 o senador Carlos Viana (Podemos-MG), um senador de oposição ao governo federal.
Viana ainda indicou um relator também da oposição, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já havia indicado o nome do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-PB) para o posto, um governista. Ele também foi um dos derrotados do dia.
Na prática, a CPMI, que parecia controlada pelo governo, ficou na mão de dois opositores, o que pode gerar um desgaste ainda maior. A comissão investigará os descontos indevidos em aposentadorias.
Fonte G1 Brasília