O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou nesta segunda-feira (25) que vai “rebaixar” as relações com o Brasil depois que o Itamaraty ignorar a indicação de um novo embaixador.
As informações são do jornal “The Times of Israel”. O Itamaraty não comenta o assunto.
Israel havia indicado o diplomata Gali Dagan para assumir a embaixada em Brasília. Para exercer a atividade, no entanto, é necessária a concessão de uma autorização, chamada de “agrément”, do país que o recebe. Tal autorização é praxe em todas as relações entre países.
Tecnicamente, o Brasil não teria se recusado a conceder o agrément, mas deixou o pedido em análise, sem respondê-lo. Em relações internacionais, a atitude é vista como equivalente a uma recusa.
Nesta segunda, Israel disse que retirou sua indicação a Dagan e disse que não vai submeter um novo nome ao Itamaraty, declarando que as relações com o Brasil serão conduzidas “em um patamar inferior” diplomaticamente.
?Após o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior?, diz um comunicado do ministério.
Lula considerado ‘persona non grata’
O comunicado reafirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado “persona non grata” pelo governo israelense. A declaração foi feita em fevereiro de 2024.
“A linha crítica e hostil que o Brasil demonstra em relação a Israel desde 7 de outubro se intensificou a partir do momento em que o presidente Lula comparou as ações de Israel às dos nazistas. Em resposta, Israel ‘o declarou persona non grata'”, afirma a chancelaria.
?O Ministério das Relações Exteriores continua a manter laços profundos com os muitos círculos de amigos de Israel no Brasil?, diz o comunicado.
Fonte G1 Brasília