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União-MT tem quase R$ 3 milhões em dívidas e mira reconstrução com nova gestão

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Tradicional clube do interior mato-grossense e dono de uma das torcidas mais fiéis do estado, o União vive um momento de reconstrução. Vice-campeão estadual em 2022, 2023 e 2024, o Colorado não repetiu o desempenho em 2025, caiu nas quartas de final e perdeu o calendário nacional para 2026.

À frente desta missão está Paulo Barrionuevo Jr., que assumiu a presidência no fim de abril. Natural do Paraná e radicado há 13 anos em Rondonópolis, ele é bacharel em Ciência do Esporte, com especialização em gestão do esporte e em Direito Esportivo, além de advogado. No futebol, trabalhou no Londrina ainda na época da faculdade, no departamento profissional e nas categorias de base, e passou pelo marketing do União entre 2004 e 2006, período em que o clube conseguiu feitos inéditos como site oficial e patrocínio com grande fornecedor de material esportivo. Desde 2017, ocupava o cargo de diretor jurídico do Colorado, atendendo gestões diferentes.

? Eu sempre estive ligado ao União, defendendo os interesses do clube, não de presidentes. Agora, com essa bagagem, acredito que temos capacidade para recolocar o União no cenário nacional ? disse o presidente ao ge após três meses de mandato.

Categorias de base

Ao assumir, Barrionuevo encontrou um cenário desanimador no departamento de formação. O clube não mantinha equipes acima do sub-15, e três jogadores com contrato profissional atuavam no futebol amador da cidade por falta de treinos e calendário.

? Isso, para mim, é inadmissível. Um atleta profissional precisa estar em ambiente competitivo, treinando e evoluindo. Não podíamos aceitar essa realidade ? desabafa o presidente.

A nova gestão iniciou um processo de reconstrução, com as categorias Sub-17 e Sub-20, contratando o técnico Willian Heiler ? escolhido após reuniões virtuais e alinhamento de ideias ? e montando uma comissão técnica com profissionais da cidade e ex-jogadores do clube. O ex-goleiro Neneca segue como gerente de futebol, e o ex-zagueiro Ferron foi contratado para ser diretor.

? Sobre Neneca e Ferron, a capacidade, a competência e os contatos que eles têm no futebol falam por si. O Neneca tem história no Santo André, América-MG e Botafogo-SP, onde foi campeão da Série D, e marcou uma geração como goleiro. O Ferron também teve uma carreira exemplar, passando por clubes como Sport, Criciúma, Figueirense e sendo vice-campeão sul-americano com a Ponte Preta. São profissionais de caráter fora de série, que engrandecem o nosso projeto. Quando apresentamos a proposta, aceitaram de imediato, porque viram que temos condições de estruturar o União e torná-lo um clube grande. Além disso, os contatos que eles possuem facilitam na busca por reforços e na negociação de atletas, trazendo credibilidade para todo o trabalho ? disse Barrionuevo ao ge.

O primeiro objetivo é voltar à Copa São Paulo de Futebol Júnior, torneio que o Colorado não disputa desde 2020. ?A vaga na Copinha seria um cartão de visitas. Mostraria que, mesmo com pouco tempo de gestão, conseguimos recolocar o União em um cenário de visibilidade para o clube, para os atletas e para a diretoria. Queremos estar lá o mais breve possível?, destaca o presidente.

Planejamento para 2026

O Estadual de 2026 será o próximo desafio da equipe profissional. A ideia inicial da diretoria era aproveitar 10 jogadores da base no elenco principal, mas o pouco tempo de trabalho pode reduzir esse número. Ainda assim, atletas como Kelvin, Dinei e Gabriel Santana já têm presença confirmada, além de Yuri, emprestado ao Veranópolis.

? Queremos montar um time jovem, competitivo e com fome de vencer. Nossa ideia é mesclar atletas de 22 ou 23 anos com três ou quatro mais experientes, para dar liderança ao elenco.

O futuro treinador também já tem perfil definido. ?Buscamos alguém jovem, estudioso, com jogo intenso, marcação alta e imposição física. É o tipo de futebol que dá resultado em Mato Grosso?, afirma Barrionuevo.

CT como trunfo

O presidente considera o Centro de Treinamento do União um dos melhores do Centro-Oeste, atrás apenas do Cuiabá em Mato Grosso.

? Temos estrutura para receber e formar jogadores, mas vamos ampliar com alojamento e refeitório. Queremos transformar o CT em uma vitrine para revelar talentos ? afirma.

Ajuste nas finanças

Fora de campo, de acordo com o presidente, o União enfrenta um passivo tributário estimado entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão, parte de débitos antigos ainda sob análise, e cerca de R$ 2 milhões em ações trabalhistas referentes ao final de 2023 e temporada de 2024.

Segundo Barrionuevo, a prioridade é acertar as pendências com os atletas e ex-funcionários. ?Queremos resolver de forma responsável. Vamos conversar com cada jogador e seus advogados para negociar acordos que caibam na realidade do clube. Não adianta prometer e não pagar.?

Visão de futuro para o futebol do estado

Barrionuevo também pensa além do União. Para ele, o fortalecimento do Colorado passa pelo crescimento do futebol mato-grossense como um todo.

?Com o Cuiabá na Série B, o Mixto em ascensão e o Primavera campeão, mostramos que o título pode vir de qualquer lado. Isso atrai visibilidade, investidores e patrocinadores?, avalia.

O dirigente defende ainda a criação de uma liga estadual e uma federação que trate todos os clubes de forma igual. ?Quem está na federação precisa pensar no bem coletivo. Não é sobre puxar para um lado ou outro, é sobre fortalecer o futebol do estado inteiro.?

Gestão anterior

O ex-presidente do União, Reydner Souza, foi contestado pela torcida na atual temporada, devido a desistência da participação na Série D do Brasileiro e venda do mando de campo na primeira fase da Copa do Brasil, em duelo contra o Vasco. Segundo o dirigente, as atitudes foram tomadas com responsabilidade por conta da situação financeira do clube.

Em contrapartida, em sua gestão, o União foi vice-campeão mato-grossense três vezes consecutivas (2022 a 2024) e garantiu calendários com Copa do Brasil e Série D. O único título mato-grossense do clube foi em 2010.

Ainda sob seu comando no primeiro trimestre de 2025, o Colorado foi eliminado das três competições que tinha no profissional: Mato-grossense, Copa Verde e Copa do Brasil. No ano que vem, o tradicional clube rondonopolitano ficou com o calendário defasado e disputará apenas o campeonato estadual.

Fonte GE Esportes

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