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CPMI do INSS tem sessão de quase 10h, bate-boca e possibilidade de retorno do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os desvios irregulares em aposentadorias pagas pelo INSS registrou a oitiva mais longa desde o início dos trabalhos. Ao todo, foram 09h48 de debates e questionamentos ao ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

Ao todo, foram 32 parlamentares questionando o ex-ministro, além do relator, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), que inquiriu Lupi por quase uma hora e meia.

Entretanto, os parlamentares focaram em troca de ofensas e autopromoção e não conseguiram levantar novas informações a respeito dos desvios que aconteceram às aposentadorias do INSS. Mesmo assim, na saída, o presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), definiu a reunião como boa e afirmou que o ex-ministro se contradisse várias vezes durante o depoimento.

“Há vários pontos nas falas dele que não coadunam, ou seja, não se confirmam em falas passadas. Por exemplo, a primeira denúncia que surgiu veio de uma pessoa que ele disse, na Câmara dos Deputados, que era uma amiga pessoal [Tonia Galleti] e aqui negou qualquer tipo de relacionamento”, ponderou Viana.

O presidente também não descartou a possibilidade de inserir Lupi como um investigado da CPMI, apesar de ainda achar a possibilidade prematura, e também disse que o ex-ministro pode ter que retornar para dar mais explicações para a CPMI.

“Nós podemos convidá-lo novamente se ele concordar em retornar será bem-vindo como convidado. Se não nós podemos fazer a convocação e até mesmo uma acareação com as pessoas que foram citadas eh durante os depoimentos”, afirmou Viana.

Confusões

Assim como as últimas reuniões da CPMI, a sessão ficou marcada por vários bate-bocas com troca de ofensas entre parlamentares da base e da oposição. O senador Jorge Seif (PL-SC) xingou e chegou a mostrar o dedo para um deputado federal da base que o provocou durante seu momento de fala.

O bate-boca mais longo aconteceu durante as indagações do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). A discussão começou após ele fazer questionamentos sem respostas de Lupi e durou quase 8 minutos. O líder do governo na CPMI, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) acusou o relator, Carlos Viana (Podemos-MG), de impedir que Lupi se manifestasse.

?Não pode o relator fazer uma pergunta e o depoente não ter o direito de responder. O senhor não está deixando ele responder, é diferente?, protestou.

Ainda durante a discussão, os deputados federais Rogério Correia (PT-MG), da base, e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da oposição, trocaram ofensas, levantaram e começaram a se encarar, até que outros parlamentares interviram e separou a briga.

Correia afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro ?vai ser preso? e fez com as mãos um gesto simulando grades de prisão.

Diante da confusão, a sessão foi suspensa para que Lupi conversasse com seu advogado. Pouco depois, os trabalhos foram retomados.

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Defesa de Lupi

Ao longo da sessão, o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, se defendeu das acusações de que não fez nada com as denúncias sobre desvios indevidos às aposentadorias, mas concentrou ataques à existência do empréstimo consignado direto à folha dos aposentados.

“Agora acabaram com o desconto em folha dos associativos. E por que não o dos empréstimos consignados? Aí é que está um processo que a gente tem que olhar com muito cuidado”, afirmou.

Lupi ainda afirmou que os consignados “só tem porta de entrada”, porque a pessoa que contrai um, acaba contraindo outro, e um novo para pagar os anteriores e assim vai se arrolando em dividas cada vez maiores.

“Quem entra para o consignado só tem porta de entrada, não tem de saída, porque cada vez que acaba um empréstimo, ele tem que fazer um outro para pagar o empréstimo anterior, ajudar um filho, ajudar uma meia-água de uma casa que ele está construindo. […] O grande desafio nisso, nobre Deputado, é acabar com o desconto em folha”, concluiu.

Próximas sessões

O presidente da CPMI, Carlos Viana, ainda confirmou a agenda da comissão para os próximos dias. Na quinta-feira (11) pela manhã vão ouvir, na condição de testemunha, o ex-ministro da previdência do final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, que antes se chamava José Carlos de Oliveira.

Na segunda-feira da próxima semana (15), Viana afirmou que a CPI já tem confirmada a presença de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e na quinta-feira seguinte (18), o empresário Maurício Camisotti, apontado como um dos cabeças do esquema de desvio nas aposentadorias.

Fonte G1 Brasília

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