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Preso pela PF, ‘Careca do INSS’ presta depoimento nesta segunda em CPI que investiga fraudes em descontos no órgão

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Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS, presta depoimento nesta segunda-feira (15) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, do Congresso Nacional, que investiga descontos ilegais em aposentadorias.

A informação foi confirmada pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e pela defesa de Antunes.

Anteriormente, a defesa havia afirmado que o “Careca do INSS” não compareceria após o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), facultar a ida ao colegiado.

O empresário foi convocado na condição de investigado e não terá obrigação de responder a todas as perguntas feitas pelos parlamentares, caso entenda que isso poderá incriminá-lo. Foram 14 pedidos de convocação para ouvi-lo.

“Estamos em contato com a defesa do suspeito e ele confirmou que deseja ir à CPMI para apresentar a versão que ele tem de todo esse escândalo, de todos os fatos que estão sendo divulgados”, afirmou Viana.

Sem citar nomes, o presidente da CPMI afirmou ainda que está em contato também com “outros envolvidos no recebimento do dinheiro, que também estão se predispondo a ir à CPMI”.

A investigação da PF

Na sexta-feira (12), Antunes e o empresário Maurício Camisotti foram presos pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento nas fraudes do INSS.

Após a operação, a comissão enviou um pedido para o relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro André Mendonça, para que Antunes fosse liberado para participar da oitiva na CPI, que foi acatado.

Por telefone, a defesa de Antunes afirmou à TV Globo que vai buscar a liberdade do seu cliente.

Já Camisotti, que foi preso em São Paulo, é apontado pelos investigadores como sócio oculto de uma entidade e beneficiário das fraudes na Previdência.

Quebra de sigilos

Além disso, os parlamentares ? todos da oposição ? ainda aprovaram pedidos para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) envie relatórios de inteligência financeira (RIF) sobre as transações feitas por Antunes entre 2017 e 2025.

Ao todo, a comissão aprovou 364 requerimentos para transferências de sigilos de pessoas e entidades relacionadas sobre o caso, como Antunes, o empresário Maurício Camisotti, o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, o ex-ministros da Previdência Social, Carlos Lupi e Ahmed Mohamad Oliveira Andrade.

Há também pedidos de quebra de sigilo contra os ex-servidores do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e André Fidelis, o empresário Danilo Trento, empresário que também foi investigado na CPI da Pandemia.

Como funcionava o esquema

Segundo a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas:

  • ? ofereciam pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados de beneficiários;
  • ?? usavam assinaturas falsas para autorizar descontos;
  • ? criavam associações de fachada, muitas vezes presididas por idosos, pessoas de baixa renda ou aposentados por incapacidade.

As associações cadastravam, sem autorização, aposentados e pensionistas do INSS e passavam a descontar mensalidades diretamente na folha de pagamento. Em muitos casos, os idosos nem sabiam que estavam sendo “associados”.

Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade ? com erros de grafia idênticos nas fichas, apontando para fraudes.

De acordo com a PF, dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para facilitar a inserção dos descontos nos contracheques dos aposentados, enquanto associações de fachada viabilizavam o desvio.

A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.

Fonte G1 Brasília

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