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Árbitro assistente é agredido e leva três pontos na boca durante jogo em Mato Grosso

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Um episódio de violência marcou a última rodada da fase de grupos do Campeonato Mato-grossense Feminino, no último domingo. Durante a partida entre Cacerense e Mixto, no Estádio Geraldão, em Cáceres, o árbitro assistente Gustavo Anibal Silva Ribeiro Taques foi agredido com um soco no rosto pelo treinador de goleiros do Cacerense, Samir Joaquim Chaves Silva. O golpe deixou o árbitro inconsciente e com ferimentos (assista acima). Foi necessário realizar suturas com três pontos na boca do auxiliar.

Segundo a súmula da partida, a confusão começou aos oito minutos do primeiro tempo, logo após o Mixto abrir o placar. Revoltado, Samir partiu em direção ao assistente e, de forma agressiva, passou a xingá-lo, acusando-o de não marcar um impedimento no lance do gol.

?Seu ladrão, estava impedido! Vai tomar no seu c*, seu ladrão, desgraçado, não viu impedimento! Seus ladrões, filhos da p*, você é um ladrão, bandeira?, teria gritado Samir, conforme relatado pelo árbitro.

Ao ser informado que seria expulso pelo árbitro principal Adilson Martins Rodrigues, o treinador reagiu ainda mais agressivamente: ?Ah, é? Vai me expulsar, desgraçado??, disse antes de desferir um soco na boca do assistente, que caiu no gramado inconsciente e sangrando.

O policiamento presente no estádio foi acionado para conter o agressor, detido imediatamente e encaminhado à delegacia. Enquanto isso, o assistente recebeu atendimento emergencial da equipe médica chefiada pelo Dr. Willyam Rodrigues Alves (CRM/MT 16730). O sangramento foi estancado, permitindo que Gustavo retornasse à partida. O jogo ficou paralisado por cerca de 10 minutos.

No intervalo, o árbitro assistente recebeu um tratamento mais detalhado no vestiário, incluindo anestesia local e sutura com três pontos, o que possibilitou que ele seguisse no jogo até o final. Após a partida, Gustavo foi levado à delegacia para registrar o boletim de ocorrência e realizar exame de corpo de delito na POLITEC, documento anexado à súmula.

Segundo o boletim de ocorrência, Gustavo confirmou a agressão e relatou que chegou a perder a consciência por alguns segundos. O policial militar responsável pelo registro afirmou que conseguiu conter o agressor rapidamente, evitando que a situação se agravasse.

Em depoimento, Samir admitiu ter dado o soco, alegando estar ?descontrolado emocionalmente? após discordar da marcação do gol. Na conclusão do documento, a polícia classificou o caso como lesão corporal e perturbação da ordem pública, conduzindo o treinador para os procedimentos legais e liberando o árbitro após o atendimento médico e exame de corpo de delito.

Em nota, a diretoria do Cacerense respondeu ao ge que está apurando o caso e deverá tomar as medidas cabíveis:

? O Cacerense Esporte Clube reafirma que não compactua com qualquer ato de violência dentro ou fora de campo. Estamos apurando a conduta do profissional envolvido e tomaremos as medidas cabíveis, sempre com base no respeito e na integridade do esporte. Manifestamos nossa solidariedade ao assistente Gustavo Anibal e a todos os árbitros, que têm papel fundamental no desenvolvimento do futebol.

O árbitro assistente Gustavo Anibal Taques se manifestou à reportagem:

? Após validar o gol do Mixto, aos oito minutos do primeiro tempo, fui surpreendido por agressões verbais do treinador de goleiros. Quando comuniquei ao árbitro a necessidade da expulsão, ele me atingiu com um soco na boca, causando um corte que exigiu pontos. Mesmo com dor, segui na partida e concluí meu trabalho com compromisso e imparcialidade.

“Árbitros não são inimigos das equipes, somos parte essencial do espetáculo. O futebol nunca pode ser palco de violência. Para finalizar, me recordo da campanha que a CBF fez em 2019. Respeito! Essa é a regra do jogo”, desabafou Gustavo.

Apesar da confusão, a partida foi retomada e concluída normalmente, já que havia outra equipe policial no estádio para garantir a segurança. Dentro de campo, o Mixto venceu por 2 a 0, resultado que garantiu a classificação do Alvinegro e eliminou o Cacerense da competição.

Com isso, as semifinais do Mato-grossense Feminino terão Mixto, Ação, CEOV e Operário FC na disputa pelo título.

Nota da FMF

Em nota oficial, a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) manifestou profunda preocupação com o incidente envolvendo o árbitro assistente. A entidade informou que ofereceu suporte total a Gustavo Anibal e já encaminhou ao Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso (TJD-MT) a súmula, o boletim de ocorrência e toda a documentação referente ao caso.

? É fundamental que situações como esta sejam tratadas com a seriedade que merecem, pois não apenas afetam os envolvidos, mas também denigrem a imagem do futebol em nosso estado. Esperamos que o julgamento desse caso sirva não apenas para a responsabilização dos envolvidos, mas também como um exemplo claro de que a ética e o respeito são pilares fundamentais em nosso esporte. Estamos comprometidos em preservar a dignidade do futebol mato-grossense e em garantir que a justiça seja feita ? declarou a FMF em comunicado.

O caso será analisado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-MT). Samir Joaquim Chaves Silva pode responder por agressão física e injúria, além de sofrer punições severas na esfera esportiva.

Fonte GE Esportes

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