A deputada Duda Salabert (PDT-MG) não será a relatora do processo contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (24) pelo presidente do colegiado, deputado Fabio Schiochet (União-SC).
Ele alegou que Duda gravou um vídeo (veja detalhes mais abaixo) no qual escancarou sua posição prévia, o que impossibilitaria a escolha como relatora.
“Ela gravou um vídeo em que praticamente explicita como vai se posicionar se for escolhida relatora. Criou um impedimento para ela mesma”, disse Schiochet.
Eduardo tenta manter o mandato mesmo tendo se mudado para os Estados Unidos em março. De lá, ele busca influenciar o governo Donald Trump para aplicar sanções contra autoridades brasileiras, na tentativa de reverter o julgamento do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses por golpe de Estado. Eduardo se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por coação de autoridade judicial.
O processo no Conselho de Ética vai analisar se ele pode manter o mandato nessas condições.
Apesar de descartar o nome de Duda, o presidente do Conselho de Ética não confirmou quem assumirá a relatoria. Nos bastidores, a aposta é de que o escolhido será o deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG), por ser de um partido de centro e ter perfil de delegado.
Na terça-feira (23), durante reunião do Conselho, foram sorteados três nomes: Duda Salabert, Paulo Lemos (PSOL-AP) e Delegado Marcelo Freitas. Cabe ao presidente escolher entre os sorteados aquele que terá, na sua avaliação, mais equilíbrio para conduzir o processo. O anúncio oficial deve ser feito até sexta (26).
O vídeo de Duda
Em vídeo publicado após o sorteio, Duda Salabert disse ironicamente ter “uma relação íntima” com Eduardo Bolsonaro, no sentido de ter sido alvo de ataques do deputado no passado.
“Seis anos atrás, quando lancei minha candidatura ao Senado, o próprio Eduardo Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais um discurso de ódio contra mim, que serviu como apito de cachorro para que bolsonaristas enviassem diversas mensagens de ódio contra mim. Mobilizaram manifestações na porta da escola onde eu trabalhava e exigiram minha demissão”, afirmou a parlamentar.
O processo contra Eduardo Bolsonaro
A representação apresentada pelo PT pede a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar, sob a acusação de que ele articulou contra o Brasil em encontros nos Estados Unidos.
Paralelamente, Eduardo também pode perder o mandato por faltas. A Constituição prevê a cassação de parlamentares que deixem de comparecer a mais de um terço das sessões no ano.
Fonte G1 Brasília