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Câmara aprova projeto que especifica novas possibilidades de prisão preventiva e institui coleta de DNA em audiência de custódia

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) um projeto de lei que altera regras das audiências de custódia ? procedimento adotado para apresentação de presos em flagrante à Justiça ? e que prevê a coleta de material genético dos detidos suspeitos de integrar organizações criminosas.

A coleta deverá ocorrer durante a audiência de custódia ou, no máximo, em até 10 dias após a prisão.

De autoria do ex-senador Flávio Dino, atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o texto retorna ao Senado, já que foi modificado na Câmara.

Hipóteses de prisão preventiva

Hoje, segundo a lei, a prisão preventiva (que não tem prazo determinado para acabar) em situações de:

  • garantia da ordem pública
  • para proteger a sociedade em face da gravidade do crime,
  • conveniência da instrução criminal
  • para garantir que o processo tenha seu objetivo final alcançado e o réu não fuja.
  • garantia da ordem econômica

O projeto especifica novas situações em que a prisão preventiva pode ser decretada, incluindo os casos de:

  • reiterado uso de violência ou grave ameaça para a prática de crimes;
  • participação em organização criminosa;
  • apreensão de grande quantidade ou variedade de drogas, armas ou munições;
  • ?fundado receio de reiteração? no crime.

O texto determina, no entanto, que a prisão preventiva não poderá ser decretada com base apenas na gravidade abstrata do crime, devendo haver fundamentação concreta que demonstre a necessidade da medida.

Também prevê a conversão automática da prisão em flagrante em preventiva em determinadas situações, como quando o preso for reincidente, quando o crime tiver sido praticado com violência ou grave ameaça, quando o acusado já tiver sido liberado anteriormente em audiência de custódia, ou em casos de fuga ou risco de fuga.

Críticas de entidades de direitos humanos

Organizações da sociedade civil ? entre elas a Rede Justiça Criminal, o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), a Justiça Global e a Associação para a Prevenção da Tortura ? divulgaram nota pedindo a rejeição do projeto, que, segundo elas, ?representa um claro ataque a salvaguardas individuais, à presunção de inocência e à autonomia dos juízes?.

?O texto pode impactar o poder decisório das autoridades judiciais e ferir os princípios das audiências de custódia, criadas para evitar prisões ilegais e desnecessárias e combater a tortura?, afirmou Guilherme Carnelós, presidente do IDDD.

?Já temos um sistema em que as pessoas que mais sofrem prisões abusivas são negras. A mudança pode colocar essa população ainda mais em um espiral de prisões contínuas?, completou.

Apoio da cúpula da Câmara

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a proposta e afirmou que ela ?dificulta o retorno de criminosos reincidentes para as ruas?.

?As matérias de combate à violência foram consenso entre os secretários de Segurança do Brasil, que trouxeram essas demandas?, disse Motta.

Fonte G1 Brasília

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