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‘Os interesses americanos estão falando alto’, ‘ainda não dá para falar em vitória’; especialistas avaliam encontro de Lula e Trump

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Os professores Vitélio Brustolin e Leonardo Trevisan destacaram os principais pontos da fala do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, sobre a reunião entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aconteceu neste domingo (26).

Para Brustolin, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Fluminense, “ainda não dá para se falar em vitória porque, como vimos, o Brasil apenas pontuou o que quer que aconteça nessa negociação. Os EUA não fizeram exigências, não fizeram demandas, não entraram em detalhes. Os assuntos foram tratados de forma geral, não se desceu em detalhes específicos”.

“A negociação começa daqui a poucas horas e ouviremos o que os Estados Unidos querem”, afirmou também. Mauro Vieira informou nesta manhã que Trump deve dar instruções a sua equipe para começar um processo de negociação bilateral e que tudo deve ser resolvido em pouco tempo.

De todo modo, Brustolin declara que o fato dos dois presidentes terem se encontrado e Lula ter sido ouvido por Trump é um avanço. “Mas isso não significa que teremos resultados práticos nesse momento. Mas indica que esse diálogo pode ser frutífero”.

Já o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, declarou que o fato de Lula ter declarado que não havia assunto proibido para se debater com Trump fortaleceu exatamente o que o Brasil pedia: “uma negociação livre, ampla, em que preservasse o interesse [do país]”.

No entanto, ele ressalta que agora terá uma área técnica que vai negociar ponto a ponto. “Isso é negociação política. Os dois presidentes deram as cartas […] Agora, vamos para os detalhes técnicos”.

Outro ponto de destaque do especialista é a urgência dada ao assunto. “Normalmente, essas reuniões são marcadas com uma longevidade maior. Os interesses americanos estão falando alto, de que é preciso entrar de acordo com o Brasil e isso será feito ainda hoje”.

Vieira afirmou também nesta manhã que espera “em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil”. Ele reiterou que os representantes brasileiros devem pedir que as tarifas sejam suspensas durante o período de negociação.
? Mauro Vieira

Trevisan ressaltou ainda que se os americanos entendessem que a conversa não tivesse sido boa, eles usariam uma forma diplomática de dizer: daqui a uns dias, daqui a um tempo, nós sentamos para conversar. “Como a conversa foi boa, vai continuar ainda hoje”, afirmou.

Tarifas vão recuar por diversas decisões

O especialista da ESPM afirmou também que não foi apenas essa conversa entre os dois presidentes que arrefeceu o clima de tensão, iniciado com a tarifa de 50% ? em 30 de julho. Para ele, um dos pontos importantes foi a conversa entre Mauro Vieira e o secretário de estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.

“Aquela conversa [que ocorreu há cerca de 10 dias] levou quase 1h10 entre as duas equipes de negociações, e resultou nesse encontro de hoje entre os presidentes na Malásia”, declarou. Vieira e Rubio estiveram a sós por cerca de 20 minutos.

Segundo fontes ouvidas pela TV Globo, o encontro ampliado teve foco no comércio entre os países e nos pedidos do Brasil pela revisão do tarifaço e das sanções impostas a autoridades brasileiras.

“[Além disso], o Brasil disse com todas as letras aos Estados Unidos que pertence ao mundo ocidental, e que continuará desse lado. Nós temos relações comerciais com a China, mas informamos que não assinaremos a rota da seda“, declarou Trevisan.

“[Ou seja], não foi só o bate-papo na Malásia, é um desenrolar técnico dessa proximidade, sendo do interesse do Brasil, que vai fazer a tarifa recuar”, concluiu o especialista.

Vieira ainda destacou nesta manhã que o encontro entre os dois presidentes foi muito positivo, e reiterou que Lula voltou a pedir a suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante o período de negociação, da mesma forma que a aplicação de recurso à Lei Magnitsky.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, por sua vez, afirmou que Lula deixou claro que a motivação usada pelos EUA para impor a elevação de tarifas para o restante do mundo não se aplica ao Brasil, uma vez que o país tem déficit na balança comercial com os norte-americanos.

Fonte G1 Brasília

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