REDES SOCIAIS

34°C

Relator apresenta novo texto antifacção sem alterar Lei Antiterrorismo nem atribuições da Polícia Federal

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

O relator do projeto antifacção na Câmara dos Deputados, Guilherme Derrite (PP-SP), apresentou nesta terça-feira (11) um novo substitutivo ao pacote de enfrentamento ao crime organizado enviado pelo governo.

O texto endurece penas, cria tipos penais específicos para ações de facções e amplia instrumentos de investigação, mas não altera a Lei Antiterrorismo e não mexe nas regras que tratam das atribuições da Polícia Federal.

O projeto tramita em urgência constitucional e está pronto para ser votado em Plenário.

Recuo sobre Lei Antiterrorismo

Versões preliminares discutidas nas últimas semanas chegaram a sugerir ajustes na Lei 13.260/2016, que define terrorismo no Brasil.

Derrite afirma no parecer que a tipificação de terrorismo segue distinta da atuação de facções criminosas e que unir os dois conceitos poderia gerar ?insegurança jurídica? e questionamentos no Supremo Tribunal Federal.

Assim, o texto antifacção não altera definições, penas ou hipóteses da lei atual, nem cria vínculos formais entre crime organizado e terrorismo.

Atribuições da PF

O relator também retirou trechos que tratavam de ?proteção da soberania nacional? e poderiam abrir margem para ampliar o papel da Polícia Federal em operações e investigações que hoje cabem às polícias estaduais.

O substitutivo não cria novas competências para a PF nem mexe na divisão constitucional de funções das forças de segurança.

Toda a parte operacional permanece regulada pelos marcos em vigor.

O que prevê o novo texto antifacção

O parecer de Derrite propõe um marco legal autônomo para o combate a organizações criminosas. Entre os principais pontos, estão:

1. Novos tipos penais e penas mais duras

O texto cria crimes para condutas hoje pulverizadas no Código Penal, como:

domínio territorial por facção;

ataques a serviços públicos essenciais;

sabotagem de infraestrutura;

ações do ?novo cangaço?;

financiamento de facções;

uso de armas de uso restrito ou explosivos.

O crime-base prevê pena de 20 a 40 anos, podendo superar 60 anos com majorantes (liderança, transnacionalidade, armas pesadas, corrupção de menores).

2. Crimes tornam-se hediondos

As novas tipificações passam a integrar a lista de crimes hediondos, o que endurece:

regras de progressão;

acesso a benefícios;

possibilidade de anistia, graça e indulto.

3. Regras mais rígidas para progressão de pena

O texto prevê percentuais máximos de progressão, que podem chegar a:

70%, 75%, 80% ou 85% da pena, a depender do caso.

4. Bloqueio de bens e cooperação financeira ampliada

O texto autoriza:

bloqueio de bens físicos, digitais e financeiros;

apreensão de criptoativos;

cooperação com BC, COAF, Receita, CVM e SUSEP;

confisco ampliado de patrimônio incompatível com renda declarada.

Cria ainda uma ação civil de perdimento de bens, que pode alcançar valores no exterior.

5. Intervenção em empresas usadas por facções

O juiz poderá determinar:

afastamento de sócios;

nomeação de interventor;

auditoria de operações;

suspensão de contratos suspeitos;

posterior liquidação ou saneamento da empresa.

6. Presídios federais para lideranças

O texto determina internação obrigatória em presídio federal de segurança máxima para lideranças e núcleos de comando de organizações criminosas.

7. Monitoramento de parlatórios

O substitutivo autoriza, com decisão judicial, monitoramento audiovisual de encontros presenciais e virtuais de presos ligados a facções.

Conversas com advogados só podem ser monitoradas quando houver suspeita fundamentada de conluio, e sob controle de juízo distinto.

8. Banco Nacional de Organizações Criminosas

Cria o Banco Nacional e bancos estaduais interoperáveis com cadastro de:

integrantes;

colaboradores;

financiadores;

pessoas jurídicas vinculadas ao crime organizado.

A inclusão poderá gerar efeito para fins administrativos e será condição para repasses do SUSP.

Fonte G1 Brasília

VÍDEOS EM DESTAQUE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS