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O Chile foi às urnas neste domingo (16) para o primeiro turno das eleições presidenciais. As urnas foram fechadas às 18h (horário de Brasília). A apuração dos votos foi iniciada em seguida.
Às 20h30, com 62,76% dos votos apurados o serviço eleitoral já apontava segundo turno entre Jeannette Jara, do Partido Comunista, apoiada pelo presidente Gabriel Boric, e José Antonio Kast , da ala de extrema direita do Partido Republicano.
Apuração oficial dos votos às 20h30 com 62,76% dos votos apurados:
- Jeannette Jara, do Partido Comunista, apoiada pelo presidente Gabriel Boric – 26,63%
- José Antonio Kast , da ala de extrema direita do Partido Republicano – 24,25%.
- Franco Parisi ? direita – 19,05%
- Johannes Kaiser – direita- 13,94%
- Evelyn Matthei Fornet ? direita – 13,04%
- Harold Mayne-Nicholls Secul – 1,27%
- Marco Antonio Enríquez-Ominami Gumucio – 1,17%
- Eduardo Antonio Artés Brichetti ? 0,66%
A segurança pública domina o debate eleitoral em meio ao avanço da criminalidade e à crescente preocupação com a imigração. A esquerda lidera as pesquisas, mas o cenário indica favoritismo da direita no segundo turno, em 14 de dezembro.
?? Contexto: Atualmente, o Chile é governado pelo presidente Gabriel Boric, de esquerda. Ele apoia a candidatura de Jeannette Jara, do Partido Comunista, sua ex-ministra.
- Jara aparece em primeiro lugar nas pesquisas, com cerca de 30% das intenções de voto.
- Em segundo lugar está José Antonio Kast, da ala de extrema direita do Partido Republicano, com pouco mais de 20%.
- Outros três nomes da direita aparecem embolados na disputa pelo terceiro lugar: Johannes Kaiser, Evelyn Matthei e Franco Parisi.
- Mesmo com a vantagem no primeiro turno, os levantamentos indicam que Jara seria derrotada em um eventual segundo turno, marcado para o dia 14 de dezembro.
- Ainda durante a apuração dos votos, o presidente Gabriel Boric disse que Jara e Kast irão para o segundo turno da eleição presidencial. E o candidato de extrema direita Johannes Kaiser disse que apoia Kast no segundo turno da eleição presidencial.
Neste domingo, Jara criticou seus rivais por “exacerbar o medo”. Isso não “serve para governar um país […] é preciso ter capacidade de realizar acordos, ter capacidade de diálogo”, disse ela após votar em Santiago.
Ex-ministra do Trabalho de Boric, Jara antecipou durante a campanha que não terá “nenhum problema com a questão da segurança”, mas que também garantirá que os chilenos tenham “a segurança de chegar ao fim do mês”. Um de seus projetos contra o crime organizado é o levantamento do sigilo bancário para atacar suas finanças.
O Chile vive uma virada na política. Diferentemente de 2021, quando a esquerda venceu embalada por protestos contra a desigualdade e pela expectativa de uma nova Constituição, o clima agora é outro. Naquela eleição, Boric se tornou o presidente mais jovem da história do país, aos 35 anos.
Quatro anos depois, a nova Constituição não saiu do papel, e o foco da população mudou. A criminalidade aumentou e se tornou a principal preocupação dos eleitores ? à frente de temas como economia, saúde e educação.
- O Chile viu a taxa de homicídios mais que dobrar em dez anos, passando de 2,3 por 100 mil habitantes em 2015 para 6,0 em 2024.
- Os casos de sequestro também atingiram recorde no ano passado, com mais de 860 registros.
- Em meio a esse cenário, o Chile enfrentou uma forte onda migratória de venezuelanos que fugiram do regime de Nicolás Maduro.
- Atualmente, quase 700 mil venezuelanos vivem no país, e parte da população chilena passou a associar o aumento da imigração ao avanço da criminalidade.
? Lucia Dammert, socióloga da Universidade de Santiago e especialista em crime organizado na América Latina, afirma que o aumento da imigração e da criminalidade criou um duplo choque para o Chile, que não estava acostumado a nenhum dos dois problemas.
?Ainda não nos recuperamos desses choques?, disse Dammert. ?E isso se reflete fortemente no debate político, que não conseguiu superá-los e acabou se alimentando desses problemas.?
Diante do avanço da criminalidade, candidatos de direita passaram a defender uma solução de estilo ?americanizado?.
- Kast, por exemplo, promete expulsar todos os imigrantes sem documentos e implantar o chamado ?Escudo da Fronteira? ? um plano que prevê a construção de um muro de 5 metros, trincheiras de 3 metros e cercas elétricas ao longo da divisa norte do país.
- Já Jara afirma que o combate ao crime organizado passa por revogar o sigilo bancário de suspeitos, permitindo rastrear fluxos financeiros ilegais e enfraquecer as redes criminosas.
Chile faz 1º turno das eleições presidenciais neste domingo; esquerda lidera, mas direita é favorita a ganhar em dezembro
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Para além da segurança pública, Jara defende implementar um salário mínimo para a população, um preço máximo para medicamentos e a criação da Empresa Nacional de Lítio, importante matéria-prima para a economia chilena e fundamental nas discussões sobre transição energética. Já Kast quer limitar a imigração no país e um corte nos gastos públicos, com planos de parceria público-privada para setores como saúde e educação.
Problema da criminalidade
O norte do Chile faz fronteira com dois grandes produtores de drogas: Peru e Bolívia. A região era pouco conhecida pelas organizações criminosas internacionais até que a imigração em larga escala a colocou no mapa dessas redes.
Raul Arancibia, ex-procurador-chefe da região de Tarapacá, no norte do país, lembra-se de ter ouvido falar do ?Tren de Aragua? pela primeira vez em 2021, quando duas mulheres foram presas tentando entrar no Chile com drogas.
- ? O Tren de Aragua é uma gangue venezuelana envolvida no tráfico internacional de drogas. O grupo foi classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos neste ano.
Com o tempo, segundo Arancibia, começaram a surgir novos tipos de crime, que se espalharam rapidamente pela região, como extorsão, tortura e assassinatos encomendados.
?Nem mesmo os criminosos chilenos estavam acostumados com esse tipo de violência, então tiveram que se adaptar?, disse.
O ex-procurador conta que tentou alertar as autoridades chilenas sobre o problema no mesmo ano, mas disse que os avisos foram ignorados. No ano seguinte, quando Boric assumiu a presidência, os assassinatos atingiram o nível mais alto em anos.
- Para conter a criminalidade, o governo aumentou o orçamento da polícia, aprovou novas leis, criou forças-tarefa para combater o crime organizado e mobilizou os militares na fronteira.
- A administração de Boric afirma ter prendido centenas de membros do Tren de Aragua e diz que o grupo está sob pressão.
Por outro lado, para a especialista Lucia Dammert, concentrar demais o debate na fronteira e nos grupos internacionais desvia a atenção da profundidade do problema dentro do próprio país.
?Às vezes olhamos demais para os grupos criminosos transnacionais e esquecemos de olhar para os nossos?, disse Dammert. ?No fim das contas, a maioria das pessoas presas é chilena, e a maioria das gangues também é comandada por chilenos.?
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Fonte G1 Brasília