O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Renan Calheiros (MDB-AL), marcou para a próxima quinta-feira (4) a sabatina de Luiz Fernando Corrêa, indicado para ocupar o cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Se o colegiado aprovar a indicação, ela ainda precisará do aval do plenário para que Corrêa seja oficializado no posto. Ele foi diretor da Polícia Federal (PF) de 2007 a 2011.
A equipe do senador confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Calheiros, em viagem a Europa na semana passada, que agendasse a sabatina na CRE.
Dúvidas sobre subordinados
A reunião foi marcada para 30 de março, mas acabou cancelada. Calheiros explicou que a sessão foi adiada pois havia “dúvidas” em relação à escolha de dois nomes da equipe de Corrêa.
“Existem muitas dúvidas a serem esclarecidas com relação ao segundo da Abin e ao terceiro também, já nomeados, já nos cargos […] Nós temos uma responsabilidade direta. Como não vamos sabatinar o segundo e o terceiro, vamos sabatinar o primeiro [Corrêa]. Nós precisamos, antes da sabatina, esclarecer esses fatos”, explicou Calheiros ao g1 no mês passado.
Calheiros questiona as nomeações de Alessandro Moretti como diretor-adjunto e de Paulo Maurício Fortunato Pinto como secretário de Planejamento e Gestão do órgão.
Moretti comandou até o fim do governo Jair Bolsonaro a área de Inteligência da Polícia Federal e foi secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal na gestão de Anderson Torres ? ex-ministro de Bolsonaro que está preso e é investigado por suspeita de omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro.
Já Fortunato Pinto foi diretor de contra-inteligência da Abin no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, em 2008, ele foi afastado do cargo após denúncias de que a agência teria feito grampos ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o presidente da corte era Gilmar Mendes.
A Abin está sem diretor-geral há mais de um ano. O último foi Alexandre Ramagem, que saiu em março do ano passado e atualmente é deputado federal pelo PL.
Fonte G1 Brasília