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A violência como estrutura: Marilena Chaui desmonta mitos e expõe raízes da opressão da Elite

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A filósofa Marilena Chaui, em seu livro Sobre a Violência, faz uma análise contundente da violência como parte estrutural da sociedade brasileira. Longe de ser apenas um fenômeno pontual, ela se manifesta em múltiplas dimensões — da força bruta ao simbolismo ideológico que naturaliza desigualdades.

Chaui expõe a herança histórica da violência no Brasil, desde o colonialismo e a escravidão até a repressão estatal contemporânea. O Estado, em vez de proteger os cidadãos, muitas vezes age como agente de opressão, seja por meio da brutalidade policial ou de políticas que perpetuam a exclusão social.

A filósofa destaca que a violência não está apenas nas balas e nos cassetetes, mas também nas ideias. O neoliberalismo, por exemplo, é denunciado como um sistema que intensifica a desigualdade ao precarizar o trabalho e desmontar direitos sociais. Da mesma forma, a violência simbólica faz com que os explorados aceitem sua condição como algo natural, em um jogo ideológico que favorece as elites.

Outro ponto central da análise é a violência de gênero, apresentada como uma base estrutural do patriarcado. O machismo não se expressa apenas na agressão física, mas também na desigualdade salarial, na falta de representatividade feminina e na desvalorização do trabalho das mulheres.

Chaui também aborda a relação entre violência e política, mostrando como regimes autoritários recorrem à repressão para manter o poder. A herança da ditadura militar ainda influencia a cultura policial e a mentalidade conservadora que defende o uso da força como solução para os problemas sociais.

Apesar do diagnóstico severo, a autora não descarta possibilidades de mudança. Para ela, a resistência e a transformação passam pela mobilização popular, pelo fortalecimento da democracia e, sobretudo, pela educação crítica, capaz de desconstruir a ideologia que legitima a violência.

No fim, Sobre a Violência é um chamado à reflexão e à ação. Marilena Chaui deixa claro que a violência não é um desvio do sistema — ela é o próprio sistema. Superá-la exige mais do que indignação: exige enfrentamento político e social.

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