O deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) defendeu que a Câmara investigue a existência de um suposto esquema de “rachadinha”, que envolveu, no início deste mês, a vereadora Edna Sampaio (PT) e sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Oliveira Abreu. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (15), em entrevista ao Podcast Tudo&Política, do portal TV Única.
Questionado se a Casa Parlamentar deveria tratar o assunto com o mesmo rigor com o qual foi tratado o processo que resultou na cassação de seu mandato de vereador por Cuiabá, em 2020, Abílio defendeu que a Câmara de vereadores da capital deve tratar o assunto com seriedade e sem viés ideológico.
“Independente de ser de esquerda, direita ou qualquer pessoa que seja, eu acho que ela [a Câmara] tem que adotar uma postura séria quanto ao uso do recurso público”, disse o deputado.
“A verba do chefe de gabinete tem que ser executada pelo chefe de gabinete, e quais são as funções que ele teria de executar com esse dinheiro? As funções de manutenção do próprio gabinete. (…). Porém, a Edna [Sampaio] através do marido dela [Willian Sampaio] cobrava da chefe de gabinete o repasse do valor da verba. E agora ela [Edna] admite que fazia isso, falando que usava para fazer um ‘pacotão’ e juntar com a verba geral e ter todos os recursos administrados por um lugar só”, destacou.
Abílio questionou ainda a postura da ex-chefe de gabinete de Edna, afirmando que as condutas da vereadora e de sua ex-servidora merecem investigação pela Casa de Leis.
“Se ela não era uma chefe de gabinete ela era o quê? Era só uma pessoa ‘laranja’, que estava ocupando o cargo, recebendo um bom salário e repassando o dinheiro pro marido da vereadora? O marido da Edna era o chefe de gabinete? Caberia à vereadora ter repassado despesas para que a sua chefe de gabinete executasse, e não pedir o dinheiro, ainda mais em uma conta pessoal”, explicou.
“Lembrando que a Edna já havia demitido essa mulher durante o período de gestação, e a Câmara pagou toda a rescisão da ex-chefe de gabinete. O quê que essa chefe de gabinete fez de tão ruim que a Edna não pôde respeitar o tempo da gestação dela, que ela teve que ser mandada embora daquele jeito? E depois, porquê que apareceu um escândalo como esse?”, questionou.
Além da investigação contra Edna Sampaio, Abílio ressaltou que o caso abre margem para uma investigação mais ampla dentro do parlamento cuiabano.
“Esse problema levanta uma questão, que deve ser observada até para todos os chefes de gabinete. Se o que a Edna fez for tratado pela Câmara como algo ‘rotineiro’ e ‘comum’, logo temos que questionar: Todos os vereadores e todos os chefes de gabinete fazem isso? Porque se é comum, é porque todo mundo faz. Se não é certo, então qual é a medida punitiva que será dada? Acredito que a Edna precisa de um bom advogado e a Câmara precisa de um bom tratamento a esse assunto, com mais moralidade”, concluiu.
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Fonte: Isso É Notícia