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?Agora a gente vai morrer?, ?Era a mesma violência de um bombardeio?: brasileiros que voltaram após terremoto relatam terror

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Brasileiros que retornaram da Turquia em um voo da FAB na madrugada deste domingo (12) relataram o medo de morrer no terremoto da última segunda-feira (6).

O empresário João Pedro Basili estava em um hotel quando ?de repente tudo começou a balançar?. ?Eu nunca vi uma coisa tão agressiva. Um barulho, parecia um monstro?, recordou.

?A única coisa que a gente pensou foi sair do quarto. A gente saiu correndo pelas escadas, estava -5°, e a gente de pijama e descalço?, contou.

?A gente teve a brilhante ideia de voltar para pegar pelo menos o passaporte, algumas roupas. Começou a balançar de novo, um pouco mais demorado, e aí a gente falou: ?Bom, agora a gente vai morrer agora, não tem jeito.??

A enfermeira Aminah Nahm disse que o marido levou a experiência da guerra na Síria para a catástrofe.

?O prédio começou a balançar inteiro de um lado pro outro, com muita violência. Então meu marido me alertou, porque ele já tinha passado por essa experiência, pelos bombardeios na Síria. Ele disse que era a mesma violência?, narrou.

?Tentei me acalmar, fiquei ajoelhada e pedi para ele ficar deitado e proteger a cabeça, porque o prédio parecia mesmo que ia desabar. Tanto é que depois desabou?, emendou.

Aminah disse também que acordou os vizinhos. ?Tinha uma família de sírios com sete filhos embaixo, crianças, mulheres, gestantes e os donos do prédio, dois idosos?, enumerou.

João Pedro e Aminah são dois dos nove brasileiros a bordo do voo da Força Aérea Brasileira que aterrissou às 2h30 na Base Aérea do Galeão. Eles voltaram na mesma aeronave que levou ajuda humanitária do Brasil para a Turquia ,afetada pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o país e a vizinha, Síria.

No voo também estavam três sírios, dois turcos, dois colombianos e um egípcio. Profissionais da imprensa também fizeram a viagem, que durou cerca de 15 horas. A aeronave decolou de Ancara.

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Situação na Turquia

O número de mortos nos dois países ultrapassou de 28 mil.

A ajuda humanitária começou a chegar à Turquia, mas o acesso à Síria, que está em guerra civil e onde o regime é sancionado pela comunidade internacional, é mais complicado.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu “um cessar-fogo imediato” na Síria para facilitar o fornecimento de ajuda.

A ONU só pode enviar ajuda às áreas controladas pelos rebeldes no noroeste por meio de uma passagem de Bab al Hawa, na fronteira com a Turquia.

Segundo as Nações Unidas, as estradas por essa passagem estão em péssimo estado, e isto complica o fornecimento de ajuda. A guerra também destruiu hospitais e provocou problemas no abastecimento de energia elétrica e água na Síria.

A diplomacia turca afirmou que está trabalhando para abrir outros dois pontos de passagem “com as regiões sob controle do governo sírio, por razões humanitárias”.

Desabrigados

Mais de 5 milhões de pessoas na Síria podem ficar desabrigadas como resultado do terremoto, alertou Sivanka Dhanapala, representante no país do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, em Damasco.

Nos dois lados da fronteira, milhares de casas foram destruídas e as equipes de emergência intensificam os esforços, mas as possibilidades de encontrar sobreviventes são cada vez menores após o período de três dias que os especialistas consideram crucial.

Presidente turco admite problemas

O presidente turco, Reccep Tayyip Erdogan, fez uma espécie de mea culpa na sexta-feira. “Foram tantos edifícios danificados que infelizmente não conseguimos acelerar as nossas intervenções como gostaríamos”, disse Erdogan durante uma visita a Adiyaman.

Risco de cólera

O terremoto foi o mais intenso na Turquia desde 1939, quando 33 mil pessoas morreram na província de Erzincan.

De acordo com os balanços oficiais mais recentes, o terremoto, de magnitude 7,8, e que foi acompanhado por mais de 100 réplicas.

A OMS calcula que 23 milhões de pessoas estão “potencialmente expostas, incluindo cinco milhões que são vulneráveis”. A organização teme uma crise de saúde.

As organizações humanitárias expressaram preocupação com uma eventual propagação do cólera, doença que voltou a ser registrada na Síria.

Fonte G1 Brasília

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