A diplomacia do Palácio do Planalto diz que, ainda que haja “espuma” no discurso de Donald Trump, sobre a tomada de controle pelos Estados Unidos da Faixa de Gaza, os efeitos das palavras lançadas “já são péssimo e muito nocivos em si”.
De saída, a mensagem, na avaliação do time que toca a articulação internacional do presidente brasileiro, valida a ofensiva israelense no território, colocando o cessar-fogo em risco e bloqueando a discussão sobre a criação de dois estados, para abrigar palestinos.
“As falas de Trump podem não ser totalmente verdadeiras, mas os efeitos práticos em si já são muito nocivos. O Conselho de Segurança está bloqueado pelos americanos. Agora é aguardar a reação dos países árabes, inclusive os mais afeitos aos americanos, que reagem mal a essa ofensiva”, explicou um dos profissionais que orienta Lula na seara internacional.
Egito, Jordânia e Líbano, entre outros, já avisaram que não conseguem abrigar mais palestinos. A expectativa é que Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e o próprio Irã –também ameaçado por Trump– assumam uma posição crítica mais explícita à narrativa do americano.
“A chance de o discurso validar nova ofensiva de Benjamin Netanyahu, além de tudo o que já foi feito até aqui, é imensa”, argumenta a fonte. Segundo entidades internacionais, a guerra em Gaza já matou mais de 46 mil palestinos. Os números não podem ser verificados com independência.
Fonte G1 Brasília