O deputado federal Gilberto Cattani (PL) defendeu, nesta quarta-feira (22), a correligionária e deputada federal, Coronel Fernanda, citada no depoimento de uma das participantes do ‘quebra-quebra’ do dia 8 de janeiro , em Brasília. Segundo a manifestante, a parlamentar foi uma das supostas organizadoras de uma “excursão” de bolsonaristas mato-grossenses que participaram dos ataques às sedes dos Três Poderes na capital federal.
Conforme Cattani, caso seja comprovado que a coronel da PM teve de fato envolvimento no translado dos manifestantes até Brasília não quer dizer que foi ela a responsável por incitá-los a cometerem os atos de vandalismo.
“Se alguém ajudou outro a ir se manifestar, ela cometeu um crime hediondo no nosso país? A nossa democracia está derretendo se isso for verdade. (…) Dizer que ela financiou um ato de vandalismo? Eu não acredito”, disse Cattani a jornalistas.
Após o depoimento da manifestante de MT, a Polícia Federal pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigação formal da deputada, o que para Cattani será um “tiro no pé”, uma vez que, segundo ele, faltam provas concretas que liguem diretamente Coronel Fernanda ao vandalismo promovido em 8 de janeiro.
“No nosso país, não sabemos mais o que é justiça ou não é. Sempre falam em provas robustas, de que ela se manifestou ou que ajudou alguém a ir se manifestar. Isso são provas robustas? Qual o crime que ela comentou? Qual o crime de uma pessoa se manifestar? Será que estamos vivendo em uma democracia?”, questionou.
NEGOU PARTICIPAÇÃO
Na semana passada, o portal de notícias UOL obteve acesso ao depoimento de uma aposentada de 60 anos, da cidade de Barra do Garças (500 km de Cuiabá), que afirmou em seu depoimento à PF que chegou em Brasília no dia 7 de janeiro.
A aposentada disse que embarcou em um ônibus gratuito, de uma caravana supostamente organizada pela deputada Coronel Fernanda (PL) em parceria com a candidata a deputada federal Analady Carneiro da Silva, que não se elegeu e o candidato a deputado estadual, Rafael Yonekubo (ambos PTB), que ficou como suplente.
Ela contou ainda que os três eram coordenadores de grupos de bolsonaristas no Whatsapp e já haviam organizado caravanas semelhantes à Brasília em outras ocasiões.
“Todo mundo que vem nesses ônibus vem de graça e recebe todas as refeições de graça”, contou a aposentada à PF.
Procurada pelo UOL, a deputada Coronel Fernanda negou qualquer vínculo com a aposentada e classificou a menção como “fake news”.
Em nota, Analady e Rafael também negaram ter participado da organização da caravana citada pela aposentada.
Fonte: Isso É Notícia