Ao fim desta segunda-feira (29), a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliava que ele ficou numa saia justa em relação ao resultado da eleição na Venezuela.
O Brasil tomou o caminho mais cauteloso e recomendável, nem reconheceu a vitória do ?aliado muito incômodo?, como Maduro foi classificado por assessores, mas também não endossou as fraudes.
Mas deu um passo além ao dizer que, para fazer um pronunciamento oficial, aguardava a divulgação das atas das mesas de votação.
Pois bem, sem um resultado e sem divulgar as atas da eleição, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) diplomou Nicolás Maduro como presidente reeleito.
Agora, se forem divulgadas as atas, elas serão colocadas sob suspeita, a não ser que sejam avalizadas por alguma instituição independente.
Lula, neste momento, não poderá fazer nenhum reconhecimento da vitória sem que os boletins das urnas sejam de fato divulgados.
Assessores de Lula lembram que comentários fora tom a favor da Venezuela têm custado pontos de aprovação para o presidente da República.
Por isso, o governo Lula tem adotado o tom correto, alertou que, antes de reconhecer o resultado, é preciso que a Venezuela divulgue as atas das mesas de votação para que a eleição de Nicolás Maduro seja confirmada.
Outro fator de pressão sobre Lula virá dos Estados Unidos. A pedido do presidente dos EUA, Joe Biden, os dois vão conversar hoje sobre a situação na Venezuela.
Enquanto isso, o PT reconheceu a vitória de Nicolás Maduro, não esperando uma posição final e oficial do governo Lula.
A decisão da executiva do PT é contraditória com seu discurso contra as tentativas de golpe de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A oposição bolsonarista já está usando a nota petista para atacar o governo Lula, destacando que o PT reconheceu a vitória de um presidente sem que o resultado das eleições fosse divulgado e também sem que os boletins de urnas fossem publicados.
Fonte G1 Brasília