Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contam com uma reforma ministerial em fevereiro, na volta dos trabalhos do Legislativo, para acalmar os ânimos da base aliada e evitar derrotas na votação de projetos do governo no Congresso.
O ano de 2024 terminou com várias tensões e insatisfações no Legislativo, ajudando a azedar o humor dos parlamentares em relação ao Palácio do Planalto:
- Lula vetou a regra que proibia bloqueio de emendas parlamentares impositivas;
- Lula vetou correção do Fundo Partidário com base no aumento das receitas, o que poderia aumentar as verbas dos partidos;
- Flávio Dino descartou liberar pagamento de emendas de comissão da Câmara e do Senado, num total de R$ 6,7 bilhões.
Segundo interlocutores do presidente, Lula terá de fazer mudanças na sua equipe ministerial para atrair de vez partidos de centro, incluindo lideranças como Arthur Lira (PP-AL), para sua base governista, acabar com a insatisfação da bancada do PSD na Câmara e garantir o União Brasil na base aliada.
Uma mudança já é dada como certa, a substituição do ministro Paulo Pimenta na Secretaria de Comunicação Social pelo marqueteiro Sidônio Palmeira. O objetivo seria fazer com que os feitos do governo cheguem mais aos corações e mentes dos brasileiros.
O foco principal de uma reforma ministerial, porém, é outro, segundo interlocutores do presidente Lula. É reforçar sua base aliada e tentar evitar uma debandada de partidos de sua base aliada de olho na sucessão presidencial de 2026.
Em partidos como MDB, PP, Republicanos, PSD e União Brasil, hoje na base aliada de Lula, alguns líderes já estão defendendo que suas legendas não apoiem o presidente numa candidatura pela reeleição.
Antes da reforma ministerial, os parlamentares vão estar focados nas articulações para eleição dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sobre as emendas parlamentares, não há mais como reverter e garantir o pagamento das emendas de comissão e o tema deve ser tratado agora na volta dos trabalhos do Legislativo.
Por isso, os parlamentares vão buscar garantir compromissos tanto do líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta, e do senador Davi Alcolumbre (UB-AP), favoritos para a presidência da Câmara e do Senado, de espaço nas mesas das duas Casas e também votação de temas polêmicos, como anistia aos golpistas de 8 de janeiro.
Fonte G1 Brasília