É impossível analisar a eliminação do Cuiabá para o Porto Velho, na 1º fase da Copa do Brasil, sem passar pelas escolhas de Bernardo Franco. O treinador fez uma troca na equipe titular que não surtiu efeito na primeira etapa, e com as mudanças do segundo tempo, a equipe não mostrou que poderia vencer o confronto no tempo normal.
Num roteiro repetido para o torcedor cuiabanista na Copa do Brasil, a equipe chegou a ter mais posse de bola, mas não conseguiu ameaçar o adversário. Deu apenas dois chutes a gol no primeiro tempo, e na segunda etapa, assustou em apenas uma oportunidade.
Foi muito pouco para uma equipe que tem muito mais investimentos e condições de mostrar um futebol melhor. A defesa foi pouco ameaçada e se comportou bem na partida.
Seria injusto afirmar que Bernardo Franco é o único culpado pela eliminação, mas se os jogadores repetissem, ao menos, as atuações do Estadual, a história muito provavelmente seria outra.
Diante do Porto Velho, o Cuiabá entrou em campo com sua força máxima. Franco optou por sacar Lucas Cardoso e colocar Juan Christian no time titular. Pedrinho, mais uma vez assim como foi contra o União pelo estadual, não conseguiu repetir as boas atuações, e Derik Lacerda ficou preso o tempo todo entre os zagueiros.
A bola não passava por Ruan Oliveira, que esteve bem nas últimas partidas. Há uma clara dificuldade da bola girar no meio de campo do Cuiabá. Quando o campo é pesado a equipe tem pouca eficiência na criação e proposição de jogo, é como se não existisse o meio de campo.
Lucas Mineiro mostrou entender a importância do jogo, sem fugir das divididas que uma partida de mata-mata sugere. Denilson arriscou duas vezes de fora da área, obrigando o goleiro Digão a fazer boas defesas.
Na etapa final, o Porto Velho se propôs a segurar a partida, se expondo pouco ao ataque e realizando faltas no meio de campo. As duas equipes pareciam satisfeitas em levar a partida para a disputa de pênaltis. O Cuiabá, como favorito, tinha a responsabilidade de resolver a classificação no tempo normal. O segundo tempo, por exemplo, não existiu.
Bernardo Franco colocou Lucas Cardoso, que vinha sendo titular na equipe, no lugar de Juan Christian, talvez na tentativa de corrigir o que fez no primeiro tempo. Contando com as substituições que o técnico já faz habitualmente, faltou espaço para por Yamil Asad. O argentino fez sua estreia contra o União e deu assistência para o gol do zagueiro Gabriel. Pelas características, Yamil era a opção que poderia dar mais criatividade ao time no meio de campo.
Na disputa de pênaltis, Derik Lacerda abriu as cobranças marcando, e na sequência, Maurício Leal, do Porto Velho, desperdiçou. Era chance do Cuiabá se classificar. Mas, em duas cobranças seguidas, Bruno Alves e Lucas Cardoso perderam. Nas alternadas, Calebe bateu, e Digão fez a defesa. O goleiro pegou três pênaltis e se tornou o herói do jogo.
Mais uma eliminação traumática para o Cuiabá. Em oito disputas de pênaltis na Copa do Brasil, o time ficou pelo caminho em cinco oportunidades. A equipe também foi eliminada quatro vezes por adversários que estavam em divisões inferiores.
A torcida auriverde está na bronca nas redes sociais e já pede a saída do treinador Bernardo Franco do comando do time.
Velho conhecido
O Porto Velho foi adversário do Cuiabá na temporada passada, em duelo pela Copa Verde que o Dourado goleou na Arena Pantanal por 5 a 0. Na ocasião três atletas que participaram da partida permanecem no elenco atual: Bruno Alves, Derik Lacerda e Max.
Pelo lado do Porto Velho, muitos jogadores estiveram naquela partida, inclusive o goleiro Digão que pegou três pênaltis no duelo desta quarta-feira.
O Cuiabá poderiam embolsar o valor de R$ 1.543.500 pela classificação, o que ajudaria a equipe, já que a patrocinadora máster do Cuiabá desde 2003 decidiu não renovar contrato. Somente por participar da competição, o clube havia arrecadado R$ 1,3 milhão.
O Cuiabá volta a campo no sábado, contra o Sport Sinop, às 15h30, na Arena Pantanal, pela última rodada da 1º fase do Campeonato Mato-grossense.
Fonte GE Esportes