O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quarta-feira (13) o caso do filho Jair Renan, que na semana passada prestou três horas de depoimento à Polícia Federal, em Brasília. O filho “zero quatro” é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e de tráfico de influência no governo federal. Bolsonaro disse que “ninguém conhece ele” e que “há muito tempo está longe de mim”.
Jair Renan é o quarto dos cinco filhos do presidente – quatro homens e uma menina. O empresário é filho de Bolsonaro com Ana Cristina Valle. No ano passado provocou polêmica a mudança de Jair Renan e da mãe para uma mansão avaliada em R$ 3,2 milhões em Brasília.
O inquérito foi aberto em março do ano passado, a pedido do Ministério Público Federal, com base em uma denúncia apresentada por parlamentares de oposição ao governo.
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A PF investiga se Jair Renan atuou, em novembro de 2020, para que a empresa Gramazini, do ramo de mineração e construção, conseguisse duas reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional para falar sobre um projeto de construção de casas populares. A PF apura se a conduta configurou tráfico de influência.
À época da abertura das investigações, a empresa do filho de Bolsonaro (Bolsonaro Jr Eventos e Mídia) postou uma foto de duas peças de mármore, que decoram o escritório, e marcou a Gramazini.
“O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém conhece ele. Vive com a mãe. Há muito tempo está longe de mim, mas recebo ele de vez em quando aqui. Tem a vida dele, não vou dizer está certo ou se está errado, mas peço a Deus que o proteja. Mas isso é o tempo todo, é 24h por dia”, disse o presidente.
Empresa de eventos
A Bolsonaro Jr Eventos e Mídia foi criada no fim de 2020. A festa de inauguração da escritório da empresa, que teve cobertura de fotos e vídeos feita de graça por uma produtora que prestava serviços para o governo federal, contou com a participação de um dos sócios da Gramazini.
Além disso, um parceiro comercial do filho do presidente, Allan Lucena, que dividia o escritório com ele, disse que ganhou um carro elétrico da empresa Neon Motors, ligada a Gramazini, como revelou o jornal “O Globo”.
Em um vídeo, Allan Lucena aparece saindo do carro que, segundo ele, foi doado pelas empresas “Gramazine e grupo WK”.
À época da abertura do inquérito, o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que as reuniões foram marcadas a pedido de Jair Fonseca, um assessor especial do presidente da República.
Jair Renan Bolsonaro e o parceiro comercial dele, Allan Lucena, participaram pessoalmente das duas reuniões no ministério, ao lado de empresários ? um deles da Gramazini ? em novembro do ano passado.
Em um dos encontros, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) estava presente. Na agenda pública, só o nome do assessor da presidência aparece ? não há menções ao filho do presidente ou aos empresários.
Fonte G1 Brasília