O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, informou neste sábado (28) que os brasileiros que estão na Faixa de Gaza “estão bem”, apesar do “clima permanente de tensão e medo na região”.
Forças israelenses bombardeiam Gaza desde o fim de semana de 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas fez ataques contra Israel. Nos últimos dias, Israel intensificou a operação militar por terra em Gaza.
Segundo Candeas, a embaixada conseguiu fazer contato com os dois grupos que estão na Faixa de Gaza ? um na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, e outro em Khan Younes.
De acordo com o embaixador, os brasileiros estão com alimentos, água e gás para os próximos dias. E solicitaram ajuda para a aquisição de mais mantimentos.
Conforme a embaixada brasileira, 34 pessoas procuraram o governo para deixar a Faixa de Gaza rumo ao Brasil:
- 24 brasileiros
- 7 palestinos em processo de imigração
- 3 palestinos familiares próximos dos brasileiros que darão início à imigração
Ainda segundo a embaixada, 18 dessas pessoas estão em Rafah, sendo 9 crianças, 5 mulheres e 4 homens
Os outros 16 estão em Khan Younes, cidade também no Sul, mas um pouco mais distante da fronteira egípcia, sendo 9 crianças, 5 mulheres e 2 homens.
Resgate
O plano do governo do Brasil é embarcar essas pessoas em um avião da FAB na cidade egípcia de Arish, a 53 km da fronteira com Gaza. O problema é que a passagem ainda não foi aberta pelo Egito para a saída dos brasileiros.
Enquanto a fronteira com o Egito não é aberta, uma aeronave da Presidência da República modelo VC-2, com capacidade para 38 pessoas, aguarda no Cairo para repatriar os brasileiros.
Ao todo, segundo o governo, 1,4 mil brasileiros já foram repatriados da região em conflito ? todos, de Israel.
Autoridades brasileiras têm mantido contato com integrantes do governo egípcio a fim de tentar convencê-los a abrir a fronteira. O ministro Mauro Vieira, por exemplo, já conversou por telefone ao menos duas vezes com o chanceler egípicio sobre o tema.
Paralelamente, como o Brasil comanda temporariamente o Conselho de Segurança da ONU, diplomatas têm tentado discutir uma resolução que garanta a abertura dos corredores humanitários no Egito.
O país sediou no último fim de semana uma cúpula a fim de discutir o tema, mas, segundo diplomatas brasileiros, ainda não há expectativa de abertura da fronteira.
Fonte G1 Brasília