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Após 3 semanas de campanha, publicidade digital representa apenas 4% dos gastos dos candidatos

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Após três semanas de campanha eleitoral, as estratégias digitais dos mais de 29 mil candidatos este ano representam apenas 3,8% dos gastos registrados até o momento. A prestação de contas parcial enviada pelos candidatos para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica que foram investidos cerca de R$ 18,8 milhões com o impulsionamento de conteúdos nas redes sociais e criação e hospedagem de sites até sexta-feira (2).

Esse valor representa menos de 10% dos R$ 220 milhões direcionados às estratégias da chamada campanha tradicional, como material impresso, jingles, publicidade em carro de som e programas para a televisão e rádio. Os gastos são preliminares e devem aumentar bastante até a eleição.

Entre os cargos que concorrem este ano, os candidatos a deputado distrital são os que mais investiram proporcionalmente na comunicação digital até o momento. Dos mais de R$ 2 milhões desembolsados por esses candidatos, cerca de 14% foram para a comunicação digital.

A segunda maior proporção, até o momento, ocorre entre os candidatos a deputado estadual. Eles já direcionaram R$ 5,3 milhões no digital, ou cerca de 6,7% das suas despesas totais.

Embora tenham criado estruturas específicas para a campanha digital, os candidatos a presidente declararam investir proporcionalmente muito pouco nessa estratégia. Até agora, dos R$ 51 milhões de despesas contratadas, cerca de 1,8% (R$ 956 mil) foram direcionados para o ambiente digital, segundo dados do TSE.

Enquanto o modelo digital campanha ainda apresenta baixo investimento, a comunicação a partir de produtos e meios tradicionais continua mobilizando muitos recursos. Cerca de 45% dos R$ 487 milhões gastos na prestação de contas parcial foram direcionados a campanha tradicional, com destaque para a ?publicidade por materiais impressos? e ?produção de programas de rádio, televisão e vídeos?. Essas duas despesas somam 60% dos gastos da campanha do modelo tradicional.

Para especialista, o baixo custo do material digital, o baixo interesse dos políticos ou mesmo o fato de ainda serem dados parciais explicam as diferenças de valores. Professor de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Camilo Aggio acredita que, além da diferença de custos dos dois modelos, os candidatos ainda têm baixa compreensão da relevância da comunicação digital:

“A política brasileira, em praticamente todas as suas dimensões, ainda engatinha na compreensão da importância da comunicação digital e o respectivo investimento nela.”

Na visão do professor, há outros candidatos que demonstraram conhecer a força do digital em suas campanhas:

“Como exemplo, Nikolas Ferreira em BH, André Janones em Minas Gerais, Gabriel Monteiro no Rio de Janeiro e tantos outros. Ou seja, há relevância, alcance e importância nas campanhas digitais. Com efeitos vistosos”, observa Aggio.

Tendência é aumentar ao longo da campanha

Cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Emerson Cervi chama atenção para o fato de que as prestações de contas parciais apresentarem um cenário descolado do ritmo das despesas dos candidatos.

“A avaliação das prestações parciais leva a uma série de riscos, seja porque nem todos os candidatos/partidos cumprem o cronograma, seja por uma diferença objetiva nos tipos de gastos. Há uma diferença fundamental entre tradicional e digital é que o primeiro é mais caro que o segundo. Gasta-se mais, sempre, porque é mais caro produzir material impresso, áudio e vídeo do que comprar espaço em ambientes digitais.”

Emerson Cervi destaca ainda o fato de que alguns produtos gerados para a televisão serem também aproveitados na campanha digital, o que acaba mascarando o gasto total dessa estratégia para redes e sites. Além disso, segundo ele, a dinâmica dos gastos na campanha tradicional e digital também influencia o comparativo nas prestações de conta parciais.

“Nas campanhas tradicionais os custos são cobrados no início. Tempo de estúdio, papel para impresso, gráfica, plástico para bandeiras e adesivos. Tudo isso é pago no início da campanha e usado ao longo dela. No caso do digital, não. Os pagamentos acontecem conforme se usa/compra espaços. Pode crescer ou diminuir no final da campanha. Com os meios tradicionais as variações ao final, com novas compras e pagamentos, são menores”, explica.

Fonte G1 Brasília

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