O deputado federal, Neri Geller (PP) foi o único candidato de oposição a votar com o governo federal e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), contra a inversão de pauta para priorizar o Projeto de Lei que classifica a pedofilia como crime hediondo no Brasil (N° 1.776/2015). Geller diz ter atendido o pedido do seu correligionário e presidente da Câmara, Arthur Lira, para tomar a decisão.
“O Arthur me pediu. Ele disse que não poderíamos votar contra. Eu acompanhei o partido, porque havia duas pautas que precisavam ser apreciadas. Eu vou votar a favor do PL, mas não dá pra fazer demagogia. O projeto está lá há 5 anos e agora no processo eleitoral eu não vou ficar atropelando e caducar outra MP”, explicou.
Durante a sessão plenária, 224 deputados votaram contrário a priorização do projeto, e outros 135 foram favoráveis. A maioria dos deputados seguiram as orientações do governo e votou contra o requerimento.
Geller que defende a candidatura do ex-presidente Lula (PT), foi criticado por apoiadores do petista após votação. Em reportagem ao Jornal Gazeta o progressista se defendeu dizendo que não vai usar a pauta dessa votação para discutir questões das eleições de 2022.
“Eu votei conforme orientação do partido. Esse PL está na pauta, vai ser votado essa semana e eu vou votar a favor. Mas, vamos ser sinceros”, disse Neri.
O Parlamentar teve seu mandato de deputado federal nessas eleições cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e responde por abuso de poder econômico, referente às eleições de 2018, quando foi eleito ao Congresso.
A ação estava sob a relatoria do ministro Mauro Luiz Campbell, e foi seguida por unanimidade.
“No mérito, por unanimidade deu parcial provimento ao recurso ordinário eleitoral para determinar a cassação do diploma do recorrido, Neri Geller, bem como a declaração de sua inelegibilidade pelo período de 8 anos, subsequente ao período de 2018, nos termos do voto do relator”, diz trecho da decisão.
Julgamento para reverter cassação
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga, em sessão virtual, entre os dias 21 e 27 de outubro, recurso que pode reverter a cassação de Neri Geller (PP). O deputado federal contesta a decisão que negou registro de candidatura ao Senado. O próprio TSE havia cassado o mandato de Neri por abuso de poder econômico durante o ano de 2018. O julgamento que culminou na cassação foi realizado em agosto deste ano.
Fonte: Isso É Notícia