O governo de Israel cortou relações e retirou publicidades do “Haaretz”, um dos principais jornais do país, após a publicação de reportagens com críticas à gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Uma resolução com a medida foi aprovada no domingo (24), de acordo com o jornal.
O Haaretz foi fundado em 1919, sendo o o jornal diário mais antigo de Israel e um dos mais influentes no país. A mídia possui versões em hebraico e em inglês, sendo disponibilizado por meio impresso e digital.
Nos últimos meses, o jornal tem feito uma cobertura intensa sobre a guerra no Oriente Médio e criou um contador com o número de reféns que estão sob o poder do Hamas desde 7 de outubro de 2023. Muitas das reportagens criticam a condução de Israel no conflito na Faixa de Gaza.
Segundo a Al-Jazeera, o governo disse que resolveu cortar as relações com o Haaretz devido aos “vários artigos que estão ferindo a legitimidade do Estado de Israel e o direito de autodefesa” do país.
A reportagem cita ainda que o governo acusou o editor-chefe do jornal, Amos Schocken, de fazer declarações que “apoiam o terrorismo e pedem por sanções contra o governo” de Israel.
As declarações em questão foram feitas por Schocken em um evento em Londres, em outubro. À época, ele disse que Israel lutava contra “combatentes palestinos pela liberdade”. Ele nega que estava se referindo ao Hamas.
Após a decisão, o Haaretz publicou um editorial afirmando que Netanyahu quer derrubar o jornal. O veículo disse ainda que a decisão do governo não passou por uma revisão legal e comparou o premiê a governantes de outros países.
“É mais um passo na jornada de Netanyahu para desmantelar a democracia de Israel. Como [Vladimir] Putin, [Recep] Erdo?an e [Viktor] Orbán, Netanyahu está tentando silenciair um jornal crítico e independente. O Haaretz não vai voltar atrás”, afirmou.
O jornal também lançou uma campanha para arrecadar fundos por meio de novas assinaturas com a frase: “Netanyahu quer nos derrubar. Leia o Haaretz agora”.
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Fonte G1 Brasília