Após criticar nesta quarta-feira (17) em plenário o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem acusou de instigar os Estados Unidos contra o Brasil, o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) fez uma reunião improvisada com líderes da Casa e reclamou de comentários feitos sobre sua ausência na sessão de terça-feira (16).
Ao presidir a sessão, Alcolumbre disse que não aguentaria mais “essas agressões calado”. Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro e tem atuado para que o governo de Donald Trump pressione o Brasil em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ver um deputado federal, do Brasil, eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, instigando um país contra o meu país”, afirmou.
No que foi traduzido por participantes como ?um momento de desabafo? do senador, Alcolumbre reiterou a insatisfação com os comentários de que ontem ?havia fugido do plenário?. Nesta terça-feira, Alcolumbre não conduziu a sessão.
Segundo a assessoria, o parlamentar teve uma indisposição estomacal.
‘Freio de arrumação’
Um senador que acompanhou a reunião disse que a reação de hoje ?foi um freio de arrumação?.
Davi Alcolumbre também se queixou do presidente do PL, Valdemar Costa Netto, que afirmou que a oposição irá obstruir os trabalhos caso o projeto da anistia aos condenados por golpe de Estado não seja pautado.
Alcolumbre mandou um recado para Valdemar: disse para os senadores do PL que avisassem a Costa Neto que o dirigente não é senador e que não haverá paralisação da pauta.
Pouco antes da reunião, Davi Alcolumbre comunicou ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), que o relator da Pec das Prerrogativas no colegiado será escolhido pelo próprio Alencar. Alcolumbre não fará a indicação.
Fonte G1 Brasília