O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quarta-feira (4) na qual voltou a condenar as ações militares do governo israelense na Faixa de Gaza, e cobrou uma investigação independente sobre os recentes ataques ao território palestino.
Conforme a nota, ofensiva recente contra a Palestina deixou ?centenas de civis mortos e feridos?, e foram registradas nas últimas horas 95 mortes em Gaza.
?O Brasil [incentiva] a realização de investigação célere e independente acerca das circunstâncias em torno de ataques, com dezenas de mortes, em centros de distribuição de ajuda humanitária. São absolutamente inaceitáveis o uso da fome como arma de guerra e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos?, afirmou o Itamaraty.
?O governo brasileiro reitera seu apelo pela cessação imediata dos ataques israelenses contra a Palestina e sua população civil, incluindo mulheres, idosos e crianças?, acrescentou o ministério.
A nota do Itamaraty foi divulgada um dia após o presidente Lula ter afirmado em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto que há um ?genocídio? em Gaza. O petista também disse que o governo israelense precisa “parar com o vitimismo”.
Lula foi questionado sobre uma nota na qual a embaixada de Israel disse, sem citar nomes, que autoridades pelo mundo ?compram mentiras? do grupo terrorista Hamas ? que controla a Faixa de Gaza ? e, por isso, criticam as ações do governo de Benjamin Netanyahu .
Conforme a nota, o Hamas propaga notícias falsas para ?influenciar a opinião pública mundial a seu favor? por meio de ?eventos encenados, incidentes que não aconteceram e histórias falsas? para ?alimentar o antissemitismo no mundo?.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, estimam em cerca de 60 mil o número de pessoas que já morreram desde o início do conflito.
Além disso, o governo de Israel tem bloqueado ou permitido somente a entrada parcial de ajuda humanitária, abaixo do que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima ser o necessário para atender à população.
Nesse cenário, o governo brasileiro tem feito reiteradas críticas à forma como Netanyahu conduz o processo, seja por meio de declarações do presidente Lula ou por comunicados oficiais divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores.
Fonte G1 Brasília